ISSN 2359-5191

17/09/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 16 - Educação - Museu de Arte Contemporânea
MAC faz parceria com escolas públicas no ensino de arte

São Paulo (AUN - USP) - Enquanto no Brasil se discute a decadência do ensino nas escolas públicas, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP combate o problema usando como recurso seu campo de atuação. Muitas vezes deficiente até mesmo em colégios de elite, o ensino de arte vêm sendo inserido em escolas municipais através do projeto “Meia volta vou ver”, sob coordenação da pesquisadora Renata Sant’anna. Em quatro anos, o MAC trabalhou com duas escolas e aproximadamente 1100 crianças e, no último dia 28, o programa partiu para sua terceira parceria, com a “Nossa Creche Perdizes”.

A iniciativa é uma adaptação do premiado programa “Art around the corner”, da National Gallery de Washington, que atende crianças de classe baixa residentes nas proximidades do museu. Renata participou do projeto durante nove meses e em seu retorno ao Brasil adequou-o à cidade de São Paulo, principalmente após detectar que a maioria dos colégios públicos visitava o museu uma única vez. Segundo a coordenadora, esse contato é insuficiente para o aluno apreciar e conhecer o acervo. A educação adequada viria por meio de um “programa de múltiplas visitas”, segundo o qual os alunos iriam periodicamente ao espaço do MAC.

No entanto, antes de começarem as visitas, a equipe vai até a escola trabalhar com a capacitação dos professores, desenvolvendo não só o conhecimento, mas a segurança frente às obras de arte, proporcionando condições para levar seus alunos à exposição sem a necessidade do acompanhamento do monitor. O objetivo é também levar a criança a confiar em seu olhar, e o primeiro passo é a familiarização com o museu e sua linguagem. A primeira atividade, realizada na própria escola, se chama “Eu também coleciono”, e procura explicar o que é uma coleção de arte através da associação com as coleções das próprias crianças. Elas estão na faixa dos sete aos nove anos de idade, fase em que a prática é mais freqüente. A aproximação do universo das crianças com o ambiente prosseguiu com a possibilidade de trabalharem com réplicas em madeira de esculturas de Maria Martins, as quais podiam ser tocadas, desmontadas e reconstruídas. Ao final do programa, é dada ao aluno a liberdade de escolher sua obra favorita do acervo e desenvolver um trabalho sobre ela.

A parceria do MAC com professores das escolas públicas participantes visa criar um compromisso em dar continuidade ao processo de aprendizagem iniciado no museu. Durante as duas primeiras experiências, a parceria foi também financeira, já que o museu não pôde cobrir os custos do programa integralmente; algumas das visitas à Cidade Universitária, por exemplo, foram pagas pela própria escola.

Por indicação da diretora do MAC, Elza Ajzenberg, o projeto poderá ser estendido a um segundo instituto, provavelmente mais um colégio municipal da capital. O processo de escolha ainda está em fase de análise do perfil das escolas candidatas.

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