ISSN 2359-5191

17/09/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 16 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Bienal discute desafios da metrópole de São Paulo

São Paulo (AUN - USP) - A professora Regina Meyer, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP,apresentou, na última sexta-feira, 19, a palestra “O desafio do projeto urbano metropolitano”. Regina expôs alguns dos resultados da pesquisa que desenvolve no Lume, Laboratório de Urbanização da Metrópole, da FAU, que constatou a existência de novas centralidades terciárias na cidade de São Paulo, ou seja, um deslocamento das funções do centro por diversas periferias devido à migração do capital pela cidade. A palestra ocorreu no fórum de debates da V Bienal Internacional de Arquitetura e Design de São Paulo, que vai até novembro e tem como tema, neste ano, a metrópole.

Relacionado a essa nova realidade da cidade, Regina apontou como o grande desafio de uma nova forma de pensar o planejamento urbano de São Paulo a seguinte dualidade: a proliferação das periferias e a deterioração do centro, que têm origem no auge da industrialização da cidade, e a desordem do avanço da tecnologia, característica da modernização tardia do mundo subdesenvolvido. Como exemplo, ela citou a instalação das primeiras redes de fibra ótica na cidade em locais onde ainda não haviam chegado nem redes de esgoto.

Essa maneira como conhecemos São Paulo hoje em dia resultou de um planejamento que pretendia equilibrar a cidade sob a ideologia da ordem, que se mostrou insuficiente e frustrante, já que a metrópole tem força própria e costuma “furar” o equilíbrio. “Assim, o crescimento da cidade fugiu de controle; o que pretendia servir como remédio acabou provocando ainda mais doenças”,diz ela. “São Paulo é uma cidade onde nasce e se prolifera toda a riqueza do país, ao mesmo tempo em que é palco da maior pobreza urbana do Brasil. É um centro em que há proximidade física com distância social.”

Além disso, a professora apontou a existência de alguns caminhos que poderiam ser seguidos para o replanejamento da cidade. O principal seria pensar na inserção de obras que não impliquem na destruição daquilo que já existe e, se possível, que ainda sejam vetores de desenvolvimento e qualidade de vida por onde passarem. Ela cita a instalação do metrô e a construção da Avenida Faria Lima como grandes exemplos a não serem seguidos, já que não adotaram essas duas condições e poderiam ter melhorado sensivelmente a qualidade das regiões onde se encontram.

A pesquisa desenvolvida pelo Lume contou com o mapeamento das favelas da cidade, das redes de comunicação, de transportes(inclusive intermunicipais), da evolução de água e esgoto, da distribuição de escolas públicas e privadas até a concentração de centros de lazer e de supermercados, por exemplo. Essa pesquisa está sendo finalizada com o livro “São Paulo Metrópole Terciária”, com lançamento previsto para o fim deste ano ou início do próximo.

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