São Paulo (AUN - USP) - No dia 7 de junho, a Escola Politécnica da USP (Poli) recebeu o ex-aluno, formado em engenharia de produção, Arthur Mello, hoje o mais jovem sócio da empresa Pátria Investimentos, para uma palestra sobre investimentos em ativos alternativos. Embora tivesse um objetivo maior de divulgar o processo seletivo de estágio na empresa em que Mello é sócio, sua fala foi também no sentido de guiar os alunos que estão prestes a se formar no curso de engenharia.
Primeiramente o palestrante falou sobre a empresa em que trabalha e como foi seu caminho até chegar à sociedade. Explicou que quando começou na empresa, há sete anos e meio, era ainda estagiário e estava para se formar na Poli. Com trabalho duro ao longo dos sete anos seguintes, chegou ao posto em que está hoje. Comentou, ainda, que se sente um pouco despreparado, por ser tão jovem, para assumir um cargo tão alto. “É o mesmo frio na barriga de quando me tornei estagiário”.
Apesar de ter reforçado por diversas vezes a necessidade de trabalhar muito, Mello disse que o grande “clique” de sua carreira foi quando percebeu que, para se dar bem nesse negócio (o mercado financeiro), ele teria que mudar os seus incentivos. “Na área de investimentos, os incentivos são para ser individualista, mas isso é bom apenas no curto prazo”, diz. “Eu percebi que tinha que ajudar os que estavam ao meu lado, porque isso era o melhor para a empresa”.
Outro enfoque foi a necessidade do estudante ver o estágio como “o começo de tudo”, não só como algo que vai providenciar o dinheiro para ele “pagar o camarote da balada”. “Se eu tenho que falar alguma coisa para vocês é que encarem o estágio como um trabalho, para que o seu chefe te leve a sério, o que pode te alavancar na carreira. E, a partir daí, não tem mais volta”.
Quando abriu para perguntas, Mello foi questionado sobre um grande dilema na vida dos engenheiros que se formam: seguir a carreira na área de engenharia, ou trabalhar para bancos. Aproveitando a questão, falou sobre suas experiências anteriores de trabalho. Disse que seu primeiro estágio havia sido na área de consultoria e assertiu: “Ainda bem que fiz estágio em consultoria, porque descobri cedo que odeio essa área”.
Depois, foi trabalhar na indústria, área pela qual tinha interesse, durante seu intercâmbio na França. “Entrei na [engenharia de] produção para trabalhar em fábrica, não em banco”. Contudo, acabou se frustrando devido à morosidade da área “[o trabalho] era bacana, mas muito lento”.
Após essas duas experiências, Mello entrou para a Pátria, de onde não saiu mais. O conselho que dá para essa escolha é: “Você só tira [essa dúvida] na hora que conhecer cada área, dê uma chance”. E completou: “Achem o que vocês gostam e o que vocês fazem bem e trabalhem muito. Não adianta nada ser um gênio vagabundo, o cara mediano que se esforça vai se dar muito melhor”.
Mello terminou sua fala comentando sobre a falta de mão de mão-de-obra no mercado: “a gente tem milhões para investir e não tem mão-de-obra. Por isso que me dedico muito a esse processo de estágio”.