São Paulo (AUN - USP) - Em tempos de supervalorização da saúde e do corpo, o esporte se mostra atraente para pessoas de todas as idades e lugares. As corridas de rua, por serem de fácil treinamento e apresentarem ótimos resultados, conseguem cada vez mais praticantes.
De acordo com a Federação Paulista de Atletismo, em 2001 eram realizadas 11 provas oficiais de corrida de rua. Ano passado, o número subiu para 287. O considerável crescimento é muito mais que um ponto positivo para a difusão do esporte: significa, também, o aumento do número de empregos ligado à área (treinadores e assessores) e o envolvimento cada vez maior de diversas marcas esportivas com a organização desses eventos.
Além de atletas, os praticantes de corrida são consumidores. Trata-se de grandes eventos que envolvem marcas e notáveis ações de marketing. Segundo Nelson Evêncio, presidente da Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo (ATC), o público de corrida é um mercado muito grande para as marcas. Elas querem chegar nesse público, por meio de produtos e da realização de eventos.
De um lado, os competidores querem algo que lhes motive e interesse. De outro, os organizadores se esforçam para adequar os tipos de competição à demanda tão variada. “Existem provas só femininas, revistas especializadas. A gente sente que está crescendo muito essa parte do mercado”, afirma Evêncio.
Corridas na USP
Milhares de pessoas utilizam a Universidade de São Paulo para a prática de corrida. Especialmente aos finais de semana, o campus do Butantã recebe um imenso grupo de corredores, que engloba desde atletas de ponta a amadores.
Considerando a importante posição das corridas de rua no mercado esportivo, a Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE) realizou um estudo com o objetivo de construir um perfil dos corredores. Realizada pela pós-graduanda Juliana Palhares e coordenada pela professora Flávia da Cunha Bastos, a pesquisa de campo foi realizada com 89 participantes. Os corredores deveriam estar praticando há pelo menos seis meses para responder ao questionário eletrônico elaborado pelo grupo de estudo.
A intenção da pesquisa era não só mapear um perfil mais uniforme dos corredores de rua, como também esclarecer, para os organizadores desses eventos, os possíveis caminhos que suas ações de marketing deveriam tomar para atingir seu público-alvo, os praticantes de corrida. Afinal, o sucesso das empresas se deve, cada vez mais, ao enfoque no comportamento do consumidor: as tentativas de moldar os produtos conforme os interesses dos compradores.
A pesquisa de campo se limitou a praticantes da USP. Após a realização e análise dos questionários, verificou-se uma série de características predominantes nos corredores de rua do campus Butantã: desde faixa etária predominante até principais motivações para a prática do esporte.
Entre os principais resultados do estudo, vale citar que a maioria dos corredores são do sexo masculino e treinam em torno de três vezes por semana. Quanto às razões para a prática da corrida, a preocupação com a saúde apareceu como resposta mais freqüente dos entrevistados, enquanto o lazer apareceu como a segunda maior motivação. Dados que podem ajudar as empresas a melhorarem os eventos e suas ações de marketing.