São Paulo (AUN - USP) - No mês de maio, o Instituto de Física da USP (IF) recebeu o professor Osvaldo Oliveira Jr, da USP São Carlos. “Chu”, como é conhecido pelos colegas, apresentou a palestra intitulada Information Visualization for Sensing and Biosensing.
Ele começou falando sobre o quarto paradigma da ciência, também conhecido como eScience. O conceito é, basicamente, o de que a enorme quantidade de terabites gerados pela ciência atualmente não permite uma fácil organização do conhecimento, precisando desenvolverem-se tecnologias nesse sentido. Sem a possibilidade de organizar todo esse material, a ciência apresenta o risco de ser contra-produtiva, se perdendo nela mesma. A solução encaminhada para esse problema, no momento, é a computação.
Em seguida, Oliveira começou a falar sobre sensores ultrafinos, com espessura da ordem de uma molécula, de grande precisão. Eles são utilizados para a obtenção de informações antes impossíveis para computadores.
Para exemplificar, “Chu” mostrou a utilização de uma e-língua composta por um conjunto de sensores ultrafinos, capaz de provar vinho e café. Para tanto, ela faz uma análise molecular e indica fatores como acidez e graduação alcoólica do vinho. Além disso, é possível programá-la para ter “bom gosto”. O fato foi confirmado em uma prova de vinhos, quando as notas da e-língua se assemelharam às notas dos jurados humanos. “As e-línguas têm capacidade de reconhecimento molecular. O que nossa língua detecta é a conjunção de sabores salgado, doce, amargo e azedo”, explica.
Outra área de utilização de sensores ultrafinos é a medicina. Oliveira contou sobre como essa tecnologia permite distinguir doença de Chagas e Leishmaniose, um problema que, dependendo dos sintomas do doente, aparentava não ter solução. Para tanto, utilizaram-se os sensores para detectar o tipo de anticorpos encontrados em amostras sanguíneas de animais infectados.
O professor concluiu prevendo que os avanços no controle da arquitetura molecular levará a um melhoramento dos biosensores, além de possibilitarem a construção de estruturas híbridas orgânico-inorgânicas.