São Paulo (AUN - USP) - No dia 8 de junho, o Auditório João Yunes, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), recebeu o seminário Nutrição e Estética: você é o que você come?, promovido pela empresa estudantil Nutri Jr. O evento contou com a presença três profissionais de diversos setores que expuseram novas perspectivas sobre a relação entre a alimentação e a saúde dos pacientes.
A primeira palestrante foi Viviana Zague. Formada em farmacologia pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Viviana concluiu mestrado na área de fármacos e medicamentos pela USP. Atualmente, é pesquisadora da empresa Gelita – que produz gelatinas e colágenos hidrolizados – e tem um doutorado em andamento na área de biologia celular e molecular.
Em sua exposição, a pesquisadora apresentou ao público o conceito de “nutricosméticos”: são alimentos que têm, também, papel de cosméticos – e que devem ser diferenciados, por exemplo, de cosmecêuticos, que são classificados também como remédios. São consumidos, principalmente sob a forma de ingredientes em alimentos rotineiros. “Em termos gerais, são comidas ingeridas para produzir um efeito tópico na pele”, explica Viviana.
Durante a palestra, foram expostos diversos estudos de correlação entre a ingestão de nutricosméticos e efeitos positivos na pele do paciente. Entre os trabalhos mostrados, destaca-se aquele que demonstrou que ratos que ingerirem a substância epigalocatequina galate adquiriram maior resistência à incidência de raios ultra-violeta – estudo importante devido ao aumento na intensidade desses raios com o aquecimento global.
A segunda palestra foi dada pela nutricionista Maria Cecília Corsi, graduada em nutrição e especializada em nutrição clínica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Maria Cecília é, hoje, cabeça da empresa Essencial Light, especializada em reeducação alimentar.
A nutricionista relatou sua experiência trabalhando, primeiro, em consultório, e mais tarde como consultora. Segundo ela, o brasileiro não é educado para se alimentar adequadamente. “É necessário, então, um programa de reeducação alimentar que respeite seus hábitos, mas os adeque às necessidades do paciente”, afirma Maria Cecília – seu método parte de um diagnóstico para elaborar um cardápio embasado em técnicas gastronômicas que garantam que o alimento ainda pareça apetitoso ao paciente.
A última exposição foi da autoria de Fabiana Borrego. Formada em nutrição e especializada em nutrição clínica pelo Centro Universitário São Camilo, Fabiana é hoje docente da Universidade Anhembi Morumbi.
Em sua palestra, a nutricionista analisou diversas dietas “da moda” – que se espalham por meio da internet, mas que não têm necessariamente credibilidade científica. “Elas ficam famosas por causa da promessa de emagrecimento rápido, mas é necessário acabar com essa cultura imediatista.”
Fabiana tomou como exemplo o caso de três dietas: a dieta do óleo de coco e a dieta da linhaça – que consistem na ingestão dessas substâncias diariamente – e a dieta ortomolecular – que tem como princípio a reposição de certas substâncias, como sais e vitaminas. “O emagrecimento é dificilmente consequência somente dessas dietas, mas sim do controle de ingestão de alimentos que vêm com elas”, lembrou a professora.