ISSN 2359-5191

15/10/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 18 - Educação - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Empresa júnior da veterinária promove curso de Terapia com animais

São Paulo (AUN - USP) - O I Curso de Terapia com Animais está sendo organizado pela Empresa Júnior de Assistência Veterinária (EJAV), e as responsáveis pela coordenação discente são Valéria Gentil de Tommaso, 3º ano, e Tereza Abujamra, 4º ano, além da coordenação docente, cuja responsável é a professora Maria de Fátima Martins. O curso acontecerá no próximo final de semana, dias 18 e 19 de outubro.

A idéia de se organizar um curso sobre esse tema é tentar diminuir o preconceito que existe em relação à Terapia Assistida por Animais (TAA). "O Preconceito existe dentro da própria (faculdade de) veterinária" afirmam Valéria e Tereza. Mesmo já existindo estudos comprovando sua eficiência, ainda é grande o número de pessoas que rejeita a TAA. O outro objetivo do curso também é mostrar às pessoas quais são as melhores formas de se trabalhar com esse tipo de terapia, além de divulgar algumas iniciativas bem sucedidas. "Apesar de fazer cinco anos que eu trabalho com terapia com animais, só agora eu consegui criar uma disciplina de zooterapia para o curso de veterinária aqui da USP", conta Maria de Fátima.

"No Brasil, ela (TAA) existe há cerca de seis, sete anos e ainda há muita investigação a ser feita para que as instituições, hospitais e clínicas aceitem mais essa abordagem. Apesar que, nos EUA, Canadá e Europa, a TAA já existe há mais de 30 anos e há grandes e profundos estudos sobre o assunto." assegura Jerson Dotti, um dos palestrantes convidados.

Segundo Dotti, os benefícios que a terapia com animais pode trazer são vários, tanto nos aspectos físico, emocional e mental. "A TAA estimula a parte motora de mãos, braços, pernas e tronco. Regulariza a pressão arterial e os batimentos cardíacos, além de outras substâncias que são criadas quimicamente no organismo humano. A produção de endorfina, que é um calmante natural, a diminuição do trigliceres e do colesterol. Há estudos mais aprofundados nesta área que estão apontando uma regularização da produção e recaptação da serotonina em casos mais leves de depressão e síndrome do pânico. Além de tudo isso, ela também promove a socialização e a cognição, que é incentivada pela memória recente e passada e pela verbalização".

Jerson Dotti é fundador do Projeto Cão do Idoso e presidente da Organização Brasileira de Interação Homem-Animal Cão Coração (Obihacc). Jerson se formou em contabilidade, com atuação em comércio exterior, mas já faz três anos que trabalha com terapia com animais, fora isso, ele também trabalha na Caterpillar Brasil Ltda, como Assessor de Assuntos Internacionais.

O Cão do Idoso conta com cerca de 35 pessoas, dentre elas veterinários, psicólogos, adestradores, professores, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, fotógrafos. Mas quando o projeto começou, em agosto de 2000, eram apenas dois voluntários e dois cachorros. " Hoje nós atendemos 150 idosos, 110 da Casa dos Velhinhos de Ondina Lobo e 40 do Lar Vivência Feliz", diz Dotti.

Outro projeto pioneiro que será apresentado é o Dr. Scargot, cuja idealizadora é a professora Maria de Fátima Martins, do campus de Pirassununga. O Dr. Scargot é patrocinado pela Fapesp e já existe há três anos. Cerca de 400 crianças, de 1a. a 4a. série, são atendidas pela iniciativa. A idéia de se trabalhar com escargôs surgiu da observação do interesse da sua filha na criação de escargôs de Maria de Fátima.

"O Dr. Scargot viaja o Brasil inteiro, eu acabei de chegar de Manaus, onde fui aplicar a terapia no Hospital da Criança", comenta. Segundo a professora as vantagens de se trabalhar com esses caramujos são inúmeras "a facilidade de transporte, o risco zero do escargô machucar as pessoas e o fato de ser um bicho completamente asséptico, ideal para ser levado em hospitais". Em estudos recentes realizados por Maria de Fátima Martins, descobriu-se que o muco do escargô contém substâncias anti-bacterianas.

Juliana Camargo Marchizeli, do Centro Integrado de Equoterapia (terapia com cavalos) SP, também é uma das palestrantes convidadas a apresentar o seu trabalho no curso.

A TAA também funciona como uma forma de se educar, através dela é possível se ensinar biologia, história, respeito pelo meio-ambiente. Sem contar que ela é interdisciplinar e agrega profissionais de diversas áreas, promovendo uma rica troca de conhecimentos.

Outro aspecto a ser discutido no curso é o controle sanitário e o adestramento dos animais. "Os animais são ensinados a não latir, não urinar ou defecar, não lamber as pessoas, não pular, eles sabem que durante a terapia eles estão lá para trabalhar." contam Valéria e Tereza. Além do treinamento, é necessário também que seja feito um controle rígido das vacinas, exames parasitológicos periódicos e que os animais tomem banho antes das visitas. A veterinária Maria de Lourdes Reichmann, do Instituto Pasteur SP (responsável pelo controle da raiva), estará presente no evento para apresentar quais os cuidados que devem ser tomados. Além de especialistas em adestramento e comportamento animal.

Para quem se interessar, o curso será realizado no Anfiteatro Professor Altino Antunes, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. As taxas de inscrição são de R$ 40,00, para sócios da EJAV, R$ 45,00 para os não sócios e R$ 55,00 no dia do curso.

As inscrições podem ser feitas mediante depósito à EJAV, no Banco do Brasil, agência 3559-9, conta corrente 6440-8, mais envio do comprovante de depósito e ficha de inscrição via FAX: (11)276-0327 ou por e-mail: ejav_usp@yahoo.com.br. Ou no próprio saguão da FMVZ-USP, de segunda à sexta das 12h às 14h. No dia, as inscrições poderão ser feitas com a apresentação do comprovante de depósito ou pagamento em dinheiro. Mais informações nos telefones (11)8128-3473 (Valéria) e (11)9298-1692, ou pelo e-mail ejav_usp@yahoo.com.br.

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