São Paulo (AUN - USP) - O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP atua não só como espaço de exposições e acervo de artefatos, mas também como disseminador de conteúdos científicos produzidos por professores e alunos da Instituição. Além de disciplinas para graduação e pós-graduação, oficinas e cursos para professores, o Museu tem investido na produção audiovisual como meio de oferecer conhecimento. Em destaque está o Laboratório de Estudos da Cidade Antiga (Labeca), que já produziu dois filmes e tem planos para outros três.
O primeiro documentário do Labeca, Siracusa Cidade Antiga, foi gravado em maio de 2007 e lançado em 2009. Por meio do relato de seis habitantes da cidade, o diretor Silvio Cordeiro procurou abordar o espaço urbano e sua história de forma inusitada, e não com os apelos já conhecidos, como por exemplo o fato de ser a cidade natal de Arquimedes. Já foi exibido em duas mostras audiovisuais, na Itália e em São Paulo, e foi distribuído gratuitamente para a rede de ensino pública de vários estados do Brasil.
O diretor conta as dificuldades do projeto: “Fizemos um treinamento por um ano com pesquisadores do Labeca em Santos, já que também era uma cidade litorânea. Não tínhamos dinheiro para pré-produção, então estudamos o mapa da cidade com imagens do Google Earth”. A equipe ficou seis dias em Siracusa, na ilha da Sicília, e depois rumou para Naxos, a primeira polis grega da ilha. Lá filmaram por dois dias o material que originou o segundo filme, a ser lançado em agosto. Nele, a equipe aborda também a cidade de Taormina, vizinha de Naxos.
O canal no Youtube do Labeca também disponibiliza dois curtas-metragem, de menos de três minutos cada, com tópicos específicos sobre a viagem feita a Siracusa. O primeiro mostra detalhes da Catedral Duomo, antigo templo grego da deusa Atena, e o segundo fala sobre o sistema de fortificação da cidade, que tinha sua concentração no Castelo Eurialo.
A equipe, na viagem, também gravou a peça As Traquínias, de Sófocles, apresentada no ciclo de encenação de drama clássico que ocorre todo ano na cidade. O material já está editado, mas ainda não foi lançado devido a burocracias referentes a direitos autorais, que estão sendo encaminhadas.
Cordeiro também afirma ter planos para futuras produções do Labeca. Uma delas já conta com recursos captados e será filmado na Grécia, em 2012. Serão abordadas cidades antigas, em especial Atenas e o porto Pireu. A outra produção, programada para 2016, trará uma visão histórica das Olimpíadas, enfatizando o fato de estar sendo realizada pela primeira vez no Hemisfério Sul.
Outros projetos também são desenvolvidos sem estarem associados ao Laboratório. A professora Fabíola Andréa Silva, em conjunto com Cordeiro, lançou nesse ano um documentário sobre uma exposição à terra indígena Kuatinemu, exibido na I Mostra Audiovisual Internacional de Arqueologia. Outro exemplo é o DVD Histórias de objetos: memórias, realizado pela professora Judith Mader Elazari a partir da oficina oferecida para a terceira idade Arqueologia e Memória.
Canal no Youtube do Labeca: http://www.youtube.com/user/labecausp?blend=3&ob=5