São Paulo (AUN - USP) - “A mulherada quer ficar igual à mulher da vez das novelas. Quem é a mulher da vez?”, indaga o professor Jairo Diógenes, coordenador do Levitas – um centro de fisiofitness (método de fisioterapia) e estética. A influência da mídia na sociedade perturba uma série de profissionais e não passa despercebida também no ramo da educação física e do esporte.
Cibele Silva, formada na Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE), reflete que “a mídia leva as pessoas para a academia, sim. Mas, muitas coisas são muito falsas. As academias que mostram na novela não apresentam o professor do jeito que ele é na realidade. A mídia dá uma forçada de barra na nossa profissão.” De acordo com Cibele, os meios de comunicação acabam passando uma imagem deturpada e até mesmo fútil do profissional da educação física. Isso não só atrapalha o funcionamento da profissão, como também a relação desses profissionais com seus clientes, uma vez que se espera por um serviço mais ligado à imagem da mídia do que à realidade.
Em contrapartida, Cibele lembra que essa relação entre mídia e educação física vem melhorando: “Esse novo programa do Fantástico [em que os apresentadores devem mudar seus hábitos alimentares e de saúde], por outro lado, está super legal. Eles estão colocando o profissional da educação física lá no topo”.
Qualidade de vida?
Além dos estereótipos ligados ao fitness, os meios de comunicação aliados à publicidade contribuem para uma compreensão errada do termo “qualidade de vida”. Para a professora da EEFE, Ana Lúcia Padrão, esse termo pode ser encarado como “o senso de bem estar e da satisfação ou insatisfação em áreas da vida que são importantes para um indivíduo”.
Entretanto, “qualidade de vida é um termo muito amplo no senso comum”, observa a docente. Torna-se complicado, para as pessoas mais leigas sobre o assunto, considerar as definições mais precisas e corretas, tendo em vista que a mídia transformou o termo em algo que está na moda. Qualidade de vida passou a ser algo ligado ao consumo: comprar um modelo novo de carro, possuir casa própria ou algum aparelho da Apple, por exemplo, são indicadores de qualidade de vida nesse contexto midiático.