São Paulo (AUN - USP) - No final de maio, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, a pesquisadora Marina Carrilho Soares defendeu sua dissertação de mestrado, cujo tema é Mudanças nas estratégias de internacionalização de grupos produtores de etanol: um estudo de casos múltiplos no setor sucroenergético brasileiro. O orientador da pesquisa foi o professor Martinho Isnard Ribeiro de Almeida e a comissão foi formada pelos professores Moacir de Miranda Oliveira Junior e Vivaldo José Breternitz.
Sua pesquisa levou em conta as transformações que levam em direção à internacionalização da produção e mercados, que geram uma interdependência entre os países. Além disso, a doutorando ressaltou a crescente discussão acerca do tema das matrizes energéticas. “Considerando-se a necessidade de repensar as fontes atuais de energia, tem-se discutido o desenvolvimento do mercado internacional de etanol, com a participação das exportações brasileiras e perspectivas de crescimento positivas”, disse Soares.
O problema da pesquisa foi definido a partir da instabilidade do mercado internacional de etanol, tanto na oferta quanto na demanda, assim como sua suscetibilidade a crises econômicas. A partir disso, a mestranda analisou o caso de empresas que tiveram de estruturar suas estratégias de internacionalização como resposta às mudanças desse ambiente. Como método de estudo, Soares optou por realizar uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, a partir do casos das empresas Açúcar Guarani e Cosan de 2000 a 2010, tendo em vista sua relevância para o setor tanto em relação à sua divisão de etanol e sua participação internacional, quanto ao seu faturamento.
A partir dos resultados de sua pesquisa, a mestranda pôde constatar que a internacionalização dos casos ainda é pouco evoluída, já que as empresas se baseiam principalmente em exportações, forma que não envolve o comprometimento de países estrangeiros. Isso se deve ao fato de o Brasil possuir um mercado que retém a maior parte da produção, além de ter imaturidade no mercado internacional. Segundo ela, os principais grupos do setor têm feito parcerias com outros competidores, que os permitiriam ampliar sua participação internacional a longo prazo.