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19/08/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 75 - Educação - Faculdade de Direito
Centro XI de Agosto promove debate com ministro da Educação

São Paulo (AUN - USP) - Para celebrar a semana do aniversário de 184 anos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, o Centro Acadêmico XI de Agosto trouxe, na última terça-feira (16), o ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir junto aos estudantes questões como os desafios de sua gestão e quais os rumos da Educação no país.

Franciscano e presidente do C.A. XI de Agosto em 1985, Haddad acabara de voltar de Brasília, após evento sobre a expansão da rede universitária, realizado no Palácio do Planalto. Ao lado da presidente Dilma Rousseff, Haddad anunciou o aumento do “Anel Universitário”, que contará com mais quatro universidades federais (duas na Bahia, uma no Ceará e outra no Pará), 47 novos campi e 208 escolas técnicas. Na discussão com os estudantes, suas falas iniciais enfatizaram os progressos que o governo Lula proporcionou ao cenário da Educação no país, elogiando a “sensibilidade” do ex-presidente, característica que também identifica no governo de Dilma.

Ainda que reconheça que “nossa dívida com a Educação é muito grande”, o ministro reforça os êxitos de sua gestão através de dados numéricos. “Antes (em 2002), o nosso orçamento era menor que 20 bilhões. Hoje, é superior a 70 bilhões”, afirma. Quando questionado sobre os avanços, considerados, por alguns estudantes, “lentos” e pouco visíveis – já que o valor do PIB previsto para a pasta (7%) é o mesmo que o proposto há dez anos no Plano Nacional de Educação – Haddad declara que “esta é uma dívida que Lula e Dilma estão resgatando, mas que não é deles. Olhando para o filme, e não para a fotografia, veremos que todos os indicadores educacionais melhoraram, sem exceção: tanto quantitativos quanto qualitativos”.

Entretanto, mais do que engrandecer êxitos e apontar defeitos em sua gestão, Haddad reforçou a importância da militância política, questão levantada por diversos jovens. O ministro acredita que, hoje em dia, é necessário muito mais estudo e comprometimento para defender seus ideais do que era exigido antigamente. “Hoje, o debate é mais complexo – é preciso entender melhor o funcionamento das instituições. O grande desafio é compatibilizar suas posições com as formas de se expressar”.

Ainda discorrendo sobre o engajamento político, Haddad enfatiza a necessidade do debate de ideias para a manutenção de uma sociedade democrática e plural: as opiniões, mesmo que divergentes, “nunca farão mal ao Poder Público ou à opinião pública”. Criticado fortemente por membros da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre! (Anel), que reivindicam 10% do PIB para a Educação, o ministro afirma que “é preciso ter sutileza na análise”. Para ele, “a informação chega pela metade” aos que lhe criticam. A omissão dos fatos, problema persistente que ele enxerga na mídia brasileira, prejudica o debate democrático. É para que essa discussão rica e plural aconteça que Haddad reforça o valor de uma boa formação intelectual: “Enquanto não oferecermos oportunidades educacionais a todos, não saberemos do que somos capazes como sociedade; este direito tem que ser assegurado”.

Haddad também aproveitou para destacar algumas de suas metas. O ministro, que considera as 295 metas antigas do Plano Nacional de Educação de 2001 um “festival” e “impossíveis de honrar”, propõe novas diretrizes, que sejam “enxutas e executáveis”. Espera também terminar seu governo com 321 campi entregues e 10 milhões de matrículas no ensino superior até o final da década.

Além da conversa com o ministro, o XI de Agosto promoveu outros eventos durante a semana, como o debate sobre a abrangência da lei Maria da Penha e a discussão sobre direitos humanos envolvendo crimes ocorridos na ditadura.

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