São Paulo (AUN - USP) - O aluno de mestrado da USP Guilherme de Maio Nogueira afirma que o mercado da computação está empregando muita gente, e não somente no Brasil. A procura por profissionais da área tem crescido muito devido às inovações tecnológicas cada vez mais presentes no dia a dia. Mas a expansão desse mercado de trabalho não atinge a todos: a busca é cada vez maior por profissionais qualificados e as empresas os disputam, chegando a finalizar um processo seletivo sem que se tenha achado alguém para contratar: “Em fóruns de discussão de programação é comum encontrar pessoas falando que entrevistaram vários candidatos que não sabiam conceitos importantes de computação. A formação que o Bacharelado em Ciência da Computação dá é muito boa, e o aluno que levar o curso a sério vai, com certeza, estar preparado para uma vaga relevante. Quem é bom entra, geralmente não há limites de contratação para estes”, afirma Guilherme, se referindo à graduação do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME-USP).
O interesse pela computação não é um fenômeno isolado, mas acompanha o incentivo dado à ciência como um todo – inclusive por astros do pop, como Will.I.Am, do conjunto norte-americano The Black Eyed Peas. O estudante de mestrado do IME, que tem a orientação do professor Marco Aurélio Gerosa, ressalta ações como esta: “A área de computação e outras similares, como física e matemática, não têm um apelo muito grande aos jovens. Além disso, há aquela velha história de os pais incentivarem os filhos a cursarem algo considerado de "renome", como medicina, direito e as engenharias”.
Ao que tudo indica, o incentivo vem dando certo. Em 2011 a computação tornou-se uma carreira à parte na Fuvest, desvinculada da Escola Politécnica e selecionando para o IME-USP e a USP-Leste. Foram mais de dois mil inscritos. São instituições de renome e que têm sido procuradas também por empresas. Elas buscam a qualificação necessária nessa área ampla, porém exigente. Dão palestras, realizam treinamentos e workshops, sorteiam brindes e cadastram currículos, dentre outras atividades.
Uma das maiores demandas por profissionais é observada no mercado das plataformas móveis, que cresce exponencialmente. “Para os jovens de hoje – e para as pessoas em geral -, a comunicação e interação com os amigos tem se dado principalmente pela internet, via redes sociais e programas de mensagem instantânea. Os smartphones conseguem expandir e otimizar essa interação, disponibilizando acesso a essas e outras facilidades da rede quase que o tempo inteiro”, comenta Guilherme. O sistema operacional grátis Android, da Google, por exemplo, tem hoje mais de 500 mil ativações por dia, ou seja, são mais de meio milhão de novos usuários do dispositivo diariamente; é um crescimento de mais de 4% por semana.
Além do mercado, têm se multiplicado também as pesquisas na área, sendo estas as principais responsáveis pela inovação vivenciada. Assim, a computação se consolidou em todos os campos e níveis, contando hoje com docentes formados no ramo, diferentemente de há cerca de cinco anos atrás, quando atuavam profissionais formados em outros cursos – geralmente engenharia, matemática ou física -, mas com alguma especialização em computação. “O interesse pela computação cresceu muito sim, é visível, e a especialização tem sido um bom caminho, pois ela aumenta em muito a renda do desenvolvedor. Metade dos meus amigos da graduação foi para o mestrado”, diz o mestrando em Ciência da Computação, ratificando que a área cresceu, apareceu e veio para ficar.