São Paulo (AUN - USP) - Nas aulas de Biologia, aprende-se como funciona o processo de fotossíntese e o motivo de as plantas serem verdes. Ou pelo menos é isso o que se imaginava. Boa parte do que está nos livros e apostilas do mundo inteiro hoje pode estar errada, e está sendo questionada por um grupo de pesquisadores: físicos, engenheiros e biólogos, liderado por Marco Sacilotti. Físico e professor emérito da Universidade de Borgonha, Sacilotti veio ao Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) no dia 26 de agosto para fazer uma exposição de sua pesquisa.
Para poder ocorrer separação de cargas opostas na natureza, é necessário um campo elétrico e gasto de energia. Ambos os processos foram desconsiderados e ignorados em centenas de estudos em biologia realizados até hoje. Foi com essa constatação que o professor iniciou sua discussão a respeito do processo de fotossíntese e seus desencadeamentos. Segundo ele, o erro de conceito ocorre porque até hoje não havia físicos estudando esse processo, e é essa mudança que ele propõe aos interessados da universidade.
Ele afirmou que todos os resultados obtidos até hoje sobre a produção de açúcar e oxigênio feita pelas plantas “desrespeitam as leis da física” e que existem “centenas ou milhares de publicações com conclusões erradas”, mas que isso pode ser estudado, gerando frutos interdisciplinares e descobertas inimagináveis, inclusive uma possível reprodução da fotossíntese em laboratório.
Sua proposição é sobre deslocamento de bandas de energia, conceito que explorou durante a palestra, e ele procura ajuda para que se iniciem estudos mais aprofundados, com a intenção de descobrir exatamente como é formado o campo elétrico que permite o processo nas plantas, e como ocorre a geração de energia. Segundo ele, estudos com ouro e plantas já provaram que a cor verde não é responsável pela fotossíntese em si, e isso abre espaço para novas descobertas.
O professor também lembrou que o câncer de pele é causado por oxidação, separação de cargas elétricas, a partir da exposição do sol. Ou seja, é possível, e muito provável, que esse processo seja semelhante ao da fotossíntese. Caso se descubra exatamente como se dá esse mecanismo, é possível que surja uma nova maneira de prevenção desse tipo de doença, além de formas de aumentar a produção de oxigênio e açúcar pelas plantas.
Após demonstrar e questionar milhares de teses, conclusões e “certezas” consolidadas, o professor encerrou a palestra convidando todos os físicos, químicos, biólogos, matemáticos, agrônomos e quaisquer pesquisadores relacionados a aprofundar esses estudos interdisciplinares e corrigir anos de equívocos em estudos, com uma visão otimista para os possiveis resultados ainda a serem obtidos.