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05/09/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 81 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Faculdade de Saúde Pública chama voluntários para pesquisa sobre benefício das gorduras

São Paulo (AUN - USP) - O Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP está convocando voluntários para participarem de pesquisa sobre os benefícios de determinados tipos de gordura para o coração. Um dos itens analisados é a influência dos alimentos no tamanho do chamado "colesterol bom" – conhecido pela sigla "HDL" – em uma linha de pesquisa inédita. Não só a concentração de colesterol no HDL, como o tamanho da partícula pode estar associado à diminuição do risco de doenças cardiovasculares.

O projeto, que recebeu o nome de "Cardionutri", vai admitir voluntários até o dia 30 de setembro, e será feito em parceria com outras instituições da USP. Podem participar adultos de 30 a 74 anos, tanto homens quanto mulheres, que sejam portadores de diabetes, hipertensão, e indivíduos que tenham colesterol alto ou que sejam fumantes. Não podem participar pessoas com doenças graves, que tenham sofrido infarto, gestantes, alcoólatras, ou mulheres amamentando. Os participantes terão acesso a todos os resultados no final do projeto e farão uma consulta onde serão orientados pela equipe médica de acordo com o que foi apresentado nos exames.

"A população em geral também será beneficiada", conta a professora Nágila Damasceno, coordenadora do projeto, "pois saberemos como essas gorduras podem influenciar nos riscos para doenças do coração". O estudo será feito a partir de 400 voluntários, que consumirão durante dois meses cápsulas contendo óleo de peixe, azeite de oliva ou óleo de girassol . "Como são substâncias baratas, encontradas em alimentos de supermercado, os voluntários poderão continuar consumindo ao final do projeto", ressalta a professora.

Os interessados devem agendar uma entrevista nos telefones (11) 3061-7895 ou 3091-9538, ou pelo e-mail cardionutri@gmail.com. Se aprovado, o voluntário vai comparecer ao Hospital Universitário (no bairro do Butantã, na cidade de São Paulo), realizar os exames e levar para a casa as cápsulas para serem consumidas três vezes ao dia, durante dois meses. Não há qualquer contraindicação no uso desses produtos, pois tratam-se de óleos encontrados em alimentos do dia-a-dia.

O tamanho do HDL
É muito comum ouvir por aí que as gorduras devem ser evitadas para que se tenha uma melhor saúde do coração. Mas não é bem assim. Alguns tipos de gordura são mais saudáveis e devem ser consumidos para que se aumente a incidência do HDL - popularmente conhecido como "colesterol bom" - e modifique sua estrutura para que se diminuam os riscos cardiovasculares. Algumas dessas gorduras serão analisadas durante a pesquisa, para que se tenham maiores informações sobre os seus benefícios.

Além da concentração do HDL, deve ser analisado o tamanho que esse componente apresenta no organismo. Quanto maior ele for, melhor. Por outro lado, o "colesterol ruim" – o LDL, em termos médicos – deve ser o menor possível, e em menor concentração. Há poucos métodos padronizados para medir o tamanho dessas partículas, e um dos equipamento mais utilizados para as medições é muito caro. No Brasil, um método foi aprovado pelo Instituto do Coração (InCor), mas a ideia é ampliar essa análise através de novos equipamentos.

O HDL é um componente importante no organismo, pois ele permite que o colesterol seja transportado do corpo para o fígado, para então ser eliminado do organismo. O LDL, por outro lado, faz o caminho inverso: transporta o colesterol do fígado para as várias partes do corpo, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Por isso é dito que o HDL é "do bem", e LDL é "do mal".

Gordura boa e gordura má
A professora Nágila também ressalta a importância de se consumir alimentos com gorduras mais saudáveis, como azeite de oliva, amendoim, castanha-do-pará, entre outros. "As gorduras encontradas neles não são como a gordura encontrada na carne, no frango, no toucinho. São gorduras protetoras do coração", explica a professora. Mas ela ainda alerta que somente alterar a alimentação não garante, por si só, um menor risco de doenças cardiovasculares. Hábitos de vida mais saudáveis, como a realização de exercícios físicos e a diminuição da obesidade também são muito importantes.

"Apesar de serem alimentos facilmente encontrados nos supermercados, a população brasileira ainda consome pouco peixe e pouco azeite de oliva", diz o nutricionista Augusto Ferreira Carioca, pesquisador do projeto. No estudo, serão analisados pela primeira vez os efeitos simultâneos do consumo de diferentes tipos de ácidos graxos (gorduras) na população brasileira. Os resultados podem ajudar a esclarecer qual o tipo correto de gordura para ser adicionado no "prato do brasileiro" e estimular a população a consumi-lo mais.

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