ISSN 2359-5191

05/09/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 81 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Exposição “Croquis de uma vida” retrata 40 anos de estudos e vivência de José Fabio Calazans nos movimentos sociais

São Paulo (AUN - USP) - Quarenta anos de estudos, graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, participação em movimentos sociais, repressão no período de Ditadura Militar, elaboração de moradias decentes para as classes populares. Esse é um pequeno resumo de uma vida de trabalho que, em dois anos de preparo, resultou em uma publicação e uma exposição ambas intituladas “Croquis de Uma Vida, Croqui de Uma Vida, A Casa e A Cidade, A Cidade e A Casa”.

A mostra do arquiteto José Fabio Calanzas tem como objetivo mostrar que, como o próprio profissional diz, “os trabalhadores tem condições de ser cidadãos como todos nós”, que é possível fazer moradias de 70 a 80 metros quadrados, com até mesmo um espaço de estudo, para uma pessoa que ganha apenas um salário mínimo. Isso seria possível também pelo aumento do salário mínimo ser de acordo com o PIB. Sendo assim, a prestação aumentaria proporcionalmente.

Mas esse resultado foi obtido através do convívio intenso que o profissional teve com grandes lideranças populares durantes os anos 70 e 80. Esses trabalhadores garantiram que preferiam pagar mais e ter casas boas, o que não ocorre no projeto atual do governo “Minha Casa Minha Vida”, em que os trabalhadores pagam parte da casa e o governo subsidia o resto, porém são moradias de apenas de 30 a 45 metros quadrados.

Além de mostrar o trabalho de toda uma vida, a exposição realizada no salão Caramelo (FAU) durante o mês de agosto tinha por objetivo promover um debate com o Laboratório de habitação do governo que fez o atual projeto de habitação.

Segundo Zé Calazans, porém, houve um descuido por parte da curadoria da FAU responsável pela montagem e manutenção desse trabalho. Muitos croquis estão caindo, alguns estão de ponta cabeça, outros estão colados com bolhas e partes amassadas, textos importantes apresentam fontes pequenas demais e projetos estão fora de ordem e misturados, tornando incompreensível seu entendimento.

Já há três semanas a exposição se encontra nesse estado sem uma atitude por parte da instituição de ensino. Na penúltima semana de agosto, após mandar diversos e-mails exigindo providências por parte dos curadores, o arquiteto escreveu uma carta direcionada ao Grêmio da FAU e a diretoria da faculdade, revelando sua insatisfação com o descuido para com sua obra e distribuiu para os estudantes.

Após conversar com a assistente técnica de direção da FAU Mônica de Arruda, finalmente o Zé Calazans obteve as ações pelas quais reivindicava: desmontagem e remontagem da exposição de forma decente e compreensível ao público. "Zé Calazans: croquis de uma vida croqui de uma vida" será exposta novamente no salão Caramelo até o dia 16 de setembro, agora da forma correta sobre a supervisão da professora doutora da Unicamp geógrafa urbana Regina Célia Bega.

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