São Paulo (AUN - USP) - O Instituto de Estudos Brasileiros da USP possui mais de 400 mil documentos de arquivos pessoais de grandes artistas e intelectuais brasileiros à disposição de pesquisadores. Os arquivos contêm toda a documentação pessoal e profissional dos artistas e intelectuais, desde manuscritos de suas obras até bilhetes pessoais e documentos bancários. O arquivo está concentrado nas áreas de artes plásticas, história, geografia, sociologia e literatura.
Dos 400 mil documentos, 60 mil são fotografias e também estão à disposição dos pesquisadores. O catálogo ABC-Guia do Acervo contém a listagem dos documentos até 1997, mas o Instituto já recebeu muito mais documentos depois disso, como os arquivos de Caio Prado Jr., Camargo Guarnieri e do Barão de Itararé. O Instituto possui ainda uma coleção de 280 CDs do projeto Resgate Brasil–Portugal, que reúne uma extensa documentação histórica dos dois países.
Há arquivos pessoais de escritores, como Mário de Andrade, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, estão quase totalmente catalogados. Os que chegaram há pouco tempo ainda estão sendo catalogados, mas já estão abertos a consultas monitoradas. Porém, segundo a encarregada da seção do arquivo, Maria Helena Schiesari, o Arquivo está fechado pelo menos até o final do mês, pois está passando por uma reforma que visa ampliar a capacidade de atendimento aos pesquisadores.
Além do Arquivo, o Instituto conta com uma biblioteca, que foi iniciada com a compra em 1962 da famosa "Brasiliana" do historiador paulista Yan de Almeida Prado, com cerca de 120 mil volumes. Muitos deles são obras raras do período colonial e do modernismo brasileiro, e há também raras coleções de periódicos. Parte do acervo foi doada por bibliófilos e outra parte foi comprada. Há alguns anos, o Instituto negocia com o bibliófilo José Mindlin a doação de sua biblioteca pessoal. Essa negociação inclui entre outras coisas, a construção de um prédio novo para abrigar a coleção.
Há ainda a Coleção de Artes, com 3000 peças em 20 coleções de pinturas, gravuras, desenhos e esculturas de artistas como Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila, Volpi, Brecheret, Cícero Dias e Goeldi entre outros do período modernista. Há também obras de artistas populares, de referência religiosa e obras contemporâneas. Parte do acervo participa de mostras temporárias, além da mostra permanente "A arte brasileira pelo olhar de Mário de Andrade".
O IEB foi criado em 1962, por iniciativa de Sérgio Buarque de Hollanda, para incentivar o trabalho de pesquisa em fontes primárias, que são os documentos. Além disso, o Instituto oferece a oportunidade de pesquisadores bolsistas trabalharem na organização do acervo e um curso de especialização em Organização de Arquivos, para capacitar profissionais de instituições públicas e privadas. O Instituto publica ainda a Revista do IEB, que foi fundada em 1966 e mantém intercâmbio com 400 instituições pelo Brasil.
O Instituto fica na avenida Prof. Mello Moraes, travessa 8, número 140, na Cidade Universitária, em São Paulo e funciona de segunda a sexta das 9 horas às 17 horas. Telefone 3091 3227. Se preferir, visite o site da instituição: www.ieb.usp.br.