ISSN 2359-5191

06/10/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 95 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
FMVZ abriga novo Centro de Medicina Esportiva Equina
Projeto já é utilizado por pesquisadores e pode servir para Olimpíada

São Paulo (AUN - USP) - Há cerca de um mês foi inaugurado o Centro de Medicina Esportiva Equina na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, juntamente com a comemoração dos 30 anos do Hospital Veterinário (Hovet).

O Centro consiste em uma esteira preparada para analisar os sistemas circulatórios, muscular e respiratório de cavalos. Sua velocidade máxima chega a 60 km/h – índice alcançado apenas por cavalos de alta performance – e inclinação de até 15º. A fabricação é nacional e bastante parecida com as outras quatro esteiras destas existentes no Brasil: a da Unesp de Botucatu (pioneira no projeto, foi inaugurada em 2001), Unesp de Jaboticabal, o Exército no Rio de Janeiro em associação com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de um haras particular no interior de São Paulo.

O que muda, em relação às outras esteiras, é o foco da pesquisa a ser realizada na FMVZ, diz o professor Wilson Roberto Fernandes, responsável pelo projeto. “Nós temos o objetivo de avaliar esses três sistemas – respiratório, circulatório e muscular – e diagnosticar a possível queda de desempenho do animal”. A esteira no Rio de Janeiro, por exemplo, “tem foco maior na nutrição do cavalo”, afirma o docente. Alguns problemas respiratórios só são acusados com o animal em exercício, sendo impossível de ser avaliado durante um exame em campo (fora da esteira) e amostras sanguíneas poderão ser colhidas durante o teste para ver a diferença entre os elementos constituintes do sangue ao longo do exercício.

Segundo o professor, o ideal é realizar testes nos animais em ambas as condições: provas em campos, com diferentes percursos, terrenos, ritmos e cavaleiros diferentes; e na esteira, onde os testes já mencionados poderão ser realizados e trazer com mais definição o desempenho do cavalo.

O “perfil” do cavalo que utilizará essa esteira é aquele das provas de enduro, que são corridas mais longas, que no Brasil chegam a 160 km e no exterior a impressionantes 220 km – distância de São Paulo a São Carlos. Uma regra peculiar deste evento é que mesmo que o cavalo chegue primeiro, ele só pode ser premiado caso seus batimentos não ultrapassem um limite previamente definido, além de apresentar bom aspecto físico, ou seja, sem estar exausto ou arfando, caso contrário, ele será desclassificado. O peso médio deste equino é de 450 kg, mas a esteira pode suportar um animal de até uma tonelada. Para que eventuais acidentes não aconteçam, “os cavalos trabalharão na esteira com uma ‘cinta de segurança’ colocada no peito e ligada a um dispositivo no alto do aparelho. Quando eles andam muito para frente ou para trás ou se abaixam, o mecanismo é acionado e a esteira trava quase que instantaneamente”, explica Fernandes.

A esteira foi conseguida através de um investimento de R$ 485.000, divididos entre Fapesp– maior parte – e CNPq, algo considerado de alto valor, mesmo para órgãos como este. Isso mostra a importância do estudo para a USP. Dos seis alunos de pós-graduação orientados pelo professor Fernandes, quatro mantêm sua pesquisa ligada ao uso da esteira, e há pelo menos mais três outros alunos de outros professores para iniciar seu projeto no aparelho. O foco de estudo, segundo o docente, é “principalmente a cinemática e o sistema locomotor do animal”.

É neste mesmo sentido que a esteira poderá servir aos cavalos-atletas da Olimpíada Rio 2016, pois os cavalos sofrem bastante com a viagem, por ficarem em lugares apertados, mal iluminados e com pouca iluminação. Eles costumam ter sensível queda de rendimento e avaliações mais precisas poderão ser feitas, caso seja o desejo dos competidores e haja disponibilidade de uso da esteira.

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