São Paulo (AUN - USP) - Em seu quarto e último dia, a IV Semana de Marketing Esportivo, realização da EEFUSP Júnior Consultoria e Eventos Esportivos e da revista Máquina do Esporte, trouxe Robert Mills, diretor de marketing da ESPN, e Monica Esperidião, do setor de marketing esportivo da Vivo. O evento aconteceu no final de agosto, no Auditório da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE).
Mills explicou os motivos principais para a expansão dos canais ESPN para um meio multiplataformas de informação esportiva: “O objetivo é servir o fã do esporte, onde quer que estejam, da forma que desejam”.
Esse diferencial, somado à credibilidade do canal, acarreta na formação de um público fanático e fiel. Essa vontade do consumidor de checar as informações mostrou a necessidade de ampliação para diferentes plataformas de informação e interatividade. Coube, então, à equipe de marketing da ESPN, criar estratégias e ter ideias de como atingir e prender esse público em várias vertentes.
Atualmente, a rede atingiu todos os meios mais utilizados e tem produção de conteúdo para celular, rádio, revista, internet e um canal exclusivamente esportivo com sinal em High Definition (HD), também pioneiro no país.
O primeiro canal de esportes do país, há mais de 20 anos no Brasil, a ESPN conta hoje com um público intimamente ligado à rede, em especial pelas transmissões praticamente exclusivas de futebol americano, beisebol, UEFA Champions League e muitos outros.
Com a Vivo, as estratégias são bem diferentes. Por não se tratar de uma empresa ligada diretamente ao esporte, suas ações utilizam-se dele para uma aproximação entre cliente e empresa.
A Vivo, como patrocinadora oficial da seleção brasileira de futebol, lança, durante a época da Copa do Mundo, o projeto Seleção 2010. Basicamente, a ideia era aproximar o cliente do clima da seleção durante o evento mais esperado pelo brasileiro, obviamente, utilizando recursos e interfaces da empresa. “Buscávamos conectar o brasileiro com a seleção, em especial pela interatividade das plataformas criadas”, diz Monica.
Foi criada uma plataforma digital de compartilhamento para discussão sobre tudo que envolvia a Brasil e Copa do Mundo. Incentivou-se também o máximo de interatividade do cliente, via redes sociais ou por essa plataforma, para dar uma importância à opinião individual, tudo envolvendo o nome da Vivo. A empresa utilizou-se da paixão do brasileiro pelo esporte e pelo evento para ser inserida no cotidiano dos clientes, ao menos enquanto o evento acontecia. O número de acessos e inscritos foi impressionante, fazendo do projeto um sucesso durante seus três meses de duração.
Ao fim das palestras, Erich Beting, editor executivo da Máquina do Esporte falou a respeito dos reais benefícios do marketing para o esporte. Segundo ele, o trabalho realizado por empresas de marketing como a 9ine, de Ronaldo, são essenciais para o desenvolvimento do esporte de base, pois quando ele retrata a imagem de atletas e ligas bem estruturadas, há um incentivo natural dos jovens atletas. “Quando a gente começa a ver o Anderson Silva aparecer em tudo quanto é canto, o marketing está ajudando ao UFC ficar mais conhecido do grande público e, com isso, a gente ganha uma base maior de atletas querendo praticar o esporte”, explica. “Foi o caso do Guga. Quando o Guga despontou, a mídia começou a seguí-lo e, logo depois, apareceu mais gente jogando tênis. A contribuição do marketing está muito nisso: fortalecer o esporte lá em cima para que a base cresça”.
Para ele, até mesmo o sucesso do futebol no país não se deve apenas à paixão, mas, também, à visibilidade e alto nível das ligas brasileiras, fazendo com que haja um interesse natural.