São Paulo (AUN - USP) - No último mês de outubro, segunda-feira, aconteceu a abertura da Conferência Brasil-Índia, ocorrido entre os dias 17 e 20. Dois representantes da comissão indiana e dois da brasileira acenderam uma lâmpada como cerimônia de início. Uma banda composta por três integrantes embalou a dança tipicamente indiana da dançarina Andrea Pior. A letra da música faz uma homenagem ao deus Ganesha, responsável por ajudar qualquer início de empreitada. Após a apresentação, todos se dirigiram à Sala do Conselho Universitário da USP (Co.), onde foram tocados os hinos nacionais indiano e brasileiro.
O coordenador indiano, Pradeep Kumar, fez uma analogia com a dança indiana vista anteriormente e a intenção de que aja uma integração assim com os estudos científicos, busca por tecnologia e soluções no Brasil e Índia. Arlindo Philippi Jr, pró-reitor adjunto de pós-graduação da USP afirmou que o programa pode ser um espaço para a futura discussão de novos projetos, troca de conhecimentos entre os países e a internacionalização da graduação. O cônsul da Índia no Brasil, Abhilasha Joshi, ressaltou a importância das culturas e o compartilhamento de conhecimento e comentou que o estágio avançado de desenvolvimento de ambos os países pode ajudar na coesão e criação de um programa de pós-graduação.
Para encerrar o momento de apresentação da mesa o vice-reitor de relações internacionais da USP, Adnei Melges de Andrade, disse que ambos os países têm problemas em comum a resolver e que esse encontro entre cientistas, jornalistas e escritores do Brasil e da Índia era um sinal de aproximação entre esses países.
Um dos convidados de honra, Prakash Chandra Vyas, encerrou a abertura com a frase “algumas pessoas vivem a história e outras criam história”, para destacar a importância desse intercâmbio científico.
Já na primeira mesa, Paranjape Makarand falou sobre a existência de um vazio entre a ciência e as humanidades que deveria ser preenchido com a poesia. Este instrumento de coesão foi o que deu início ao intercâmbio cultural entre Brasil e Índia, quando o poeta indiano ganhador do prêmio Nobel de Literatura, Rabindranath Tagore, veio ao Brasil em 1924. Makarand lembrou que Cecília Meireles traduziu Togore e, ao ir a Índia, em 1953, recebeu o título honorário da Universidade de Nova Deli.
Manoj Kumar Patariya colocou em questão a dificuldade de transferência de conhecimento, “A comunicação da ciência é a chave para se encontrar as respostas, as soluções, o conhecimento.” disse o cientista. Manoj falou que tinha por objetivos da Conferência motivar os jovens para o ramo da ciência, os jornalistas para divulgar corretamente a pesquisa e a ciência e melhorar a formação de ambos.
Para melhorar essa comunicação entre a ciência e a população, o cientista indiano Pradeep K. Srivastava inventou as charges científicas. São charges específicas que contribuem colocando conteúdo científico de maneira mais leve e interessante em meios de comunicação impressos como jornais.
Ao final da apresentação de cada membro da mesa, o convidado de honra Ernst Wolfgang Hamburguer, perguntou: “Se a Índia é uma das maiores produtoras de filmes no mundo, isso não seria um meio de divulgar a ciência?”. Manoj explicou que a Índia já produz variás séries de televisão e filmes para divulgar a ciência, mas como os orçamentos são muito altos, os cientistas tem que trabalhar passo-a-passo para obter o resultado almejado.