São Paulo (AUN - USP) - Projetos cujo nível de qualidade poderia ser confundido com o alcançado por engenheiros formados são realizados a cada ano por estudantes da Empresa Júnior da Escola Politécnica da USP, a Poli Júnior. O Prêmio de Qualidade da empresa, cuja 10ª edição ocorreu mês passado, foi criado a fim de reconhecer e estimular essa “excelência em gestão de projetos”, como coloca a equipe organizadora do evento.

O prêmio é dividido em duas categorias que englobam os projetos que já foram postos em prática (Concluídos) e aqueles que ainda estão no papel (Planejados). Os projetos finalistas são julgados tanto pelo público como por profissionais da área. Dentre os juízes na mesa desta edição, estavam Milton Estevez, vice-presidente da PMI-SP (Project Management Institute), Marcelo Prado, Maurício Valadaris e Bruno Pitzer, respectivamente diretor de estratégia, engenheiro de planta e diretor de recursos humanos da empresa GE, patrocinadora do evento.

Os vencedores da primeira categoria foram Rafael Leite, da engenharia mecânica, e Rodolfo Gandara, da engenharia de produção, que apresentaram um projeto de layout de fábrica desenvolvido para a empresa Presmed. Os ganhadores da categoria Concluídos, Marcio Hariki, da engenharia de computação, e Priscilla Tenguan, da engenharia civil, apresentaram um software personalizado de gestão, desenvolvido por eles próprios para uma pequena empresa de aulas particulares.

Ambas as empresas procuraram a Poli Júnior a fim de tornarem-se mais eficientes e lucrativas. A Presmed, fabricante de produtos odontológicos e hospitalares, buscava um novo layout de fábrica para otimizar seu espaço físico e aumentar sua produção para atender à demanda crescente. A pequena empresa de aulas particulares, cujo nome não foi revelado, buscava um sistema de informações que possibilitasse maior organização nos processos cotidianos e na documentação de clientes, funcionários e pagamentos, para então abrir uma nova filial.

Os estudantes usaram metodologias diferentes para o desenvolvimento dos projetos, mas cujas linhas gerais foram similares. Ambas as equipes começaram pela identificação do escopo (objetivo) e dos problemas a serem resolvidos, para então criarem um plano de ação que une prática a conhecimento teórico, e se baseia na fragmentação de tarefas grandes em pequenos passos. “Dessa maneira, é possível fazer um melhor gerenciamento de tempo, do escopo, dos custos e aquisições, de riscos, das comunicações e de recursos humanos”, diz Rafael Leite durante a apresentação.

Aprendizado
“A engenharia se faz com projetos bem feitos”, diz José Roberto Cardoso, diretor da Poli. “E aqui se prima pelo empreendedorismo. O profissional, não o intuitivo. Empreendedorismo que se aprende na escola”. Por mais profissional que seja, a Poli Júnior ainda é uma empresa estudantil e seu objetivo final é, portanto, o aprendizado. Isso é alcançado “pela aproximação dos graduandos ao mercado de trabalho”, como coloca o diretor de projetos da equipe, Fillipe Chinellato. Segundo ele, o desenvolvimento de projetos como os que ganharam esta edição do Prêmio de Qualidade promove aos alunos o conhecimento de como é a realidade profissional que os espera depois da graduação, além do aprimoramento de competências que não são aprendidas em sala de aula e do estímulo ao espírito empreendedor, considerado nas linhas educacionais da Escola Politécnica um elemento fundamental no mercado de trabalho atual.