ISSN 2359-5191

31/03/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 01 - Saúde - Faculdade de Medicina
Aparelho brasileiro aumenta chances de vida de doente em UTI

São Paulo (AUN - USP) - Pacientes internados na terapia intensiva devido à insuficiência respiratória pode correr menos risco de vida. Um novo aparelho de monitoração da ventilação mecânica está sendo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da USP, juntamente com a Escola Politécnica, o Instituto de Matemática e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo.

Atualmente, as unidades de terapia intensiva (UTI) nos hospitais possuem de 30% a 50% dos seus leitos ocupados por pessoas que respiram por ventiladores artificiais. Eles regulam o volume de ar inspirado e expirado pelos pulmões do paciente a fim de mantê-lo vivo. Porém, dependendo do ajuste da ventilação, a quantidade de ar que esses aparelhos liberam no organismo pode ser muito alta, fazendo com que os alvéolos pulmonares (onde ocorrem as trocas gasosas) sejam muito pressionados. Isso pode causar seu rompimento, o que dificulta ainda mais a respiração. Em outras palavras, a médio prazo, o paciente possui menos chances de sobreviver.

O novo equipamento, produzido pelos pesquisadores brasileiros, coordenado pelo médico Marcelo Amato, tem por objetivo facilitar o ajuste do respirador mecânico promovendo uma “proteção” aos alvéolos doentes. Em conseqüência, a mortalidade poderá diminuir entre esses doentes na UTI. Ele se baseia no princípio da impedância elétrica que consiste em saber, por meio de correntes elétricas aplicadas ao peito do paciente, a distribuição de ar que entra nos pulmões. Através de uma cinta com 30 eletrodos distribuídos no tórax do paciente como uma faixa, as correntes elétricas são lidas e interpretadas pelo aparelho e enviadas a um monitor que mostra o movimento do ar dentro dos pulmões. O diferencial entre esse novo aparelho e os demais é que essa informação é obtida em tempo real, o que melhora o controle da respiração do paciente. Além disso, trata-se de uma técnica não invasiva ao paciente e potencialmente barata ao hospital.

Essa última vantagem é importante porque o tratamento em UTI consome de maneira desigual os recursos cedidos à manutenção da saúde. Segundo dados do DATASUS do ano de 2000, as diárias de UTI corresponderam a 6% do valor das diárias hospitalares e somente 10% dos leitos são reservados para doentes dessa área. Ou seja, cada dia de permanência na terapia intensiva custa entre três e seis vezes o valor de um dia de internação em outras unidades do hospital.

Ainda em fase de finalização, a tomografia de impedância elétrica poderá ser patenteada, o que incentivará outros projetos de pesquisas inteiramente brasileiros, uma vez que o financiamento vem diretamente da Fapesp e do Laboratório de Investigação Médica da disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da USP.

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