ISSN 2359-5191

31/03/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 01 - Meio Ambiente - Instituto de Pesquisas Energéticas
Laboratório recém-chegado ao Brasil permite maior conhecimento do papel da Amazônia no efeito estufa

São Paulo (AUN - USP) - Um laboratório de análise de gases que contribuem para o efeito estufa, doado pelo Noaa (National Oceanic and Atmospheric Admnistration), tem uma versão no Brasil desde o mês passado. O Magicc (Model for the Assessment of Greenhouse gas Induced Climate Change) foi financiado pela Nasa e entregue ao o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), sob a responsabilidade da coordenadora do Laboratório de Química Atmosférica do instituto, Luciana V. Gatti.

“O objetivo do laboratório aqui é realizar o estudo de perfil de gases de efeito estufa sobre a Amazônia e conhecer sua emissão neste ecossistema”, explica a pesquisadora. Efeito estufa é o aquecimento da atmosfera causado pelo aumento da concentração de alguns gases, entre eles o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4). Esses gases retêm o calor irradiado pela Terra. Quando há aumento de suas emissões, eles causam elevação da temperatura média terrestre, afetando os ecossistemas. Algumas alterações observadas podem ser evidências do efeito estufa, como o derretimento de geleiras, aquecimento da superfície e da atmosfera.

O estudo, parte do projeto LBA (The Large Escale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazônia), foca-se principalmente no gás carbônico, não tanto pela capacidade de reter calor desse gás, que é baixa quando comparada com a de outros gases. O aumento de sua concentração a partir da revolução industrial, porém, é preocupante; ele é o gás resultante da combustão de carvão mineral e petróleo, além de ser liberado em queimadas em áreas florestais.

As amostras de ar são coletadas por aviões em diferentes altitudes em Fortaleza, cidade que recebe ar puro oceânico, e Santarém, situada mais ao interior da Amazônia. A comparação das concentrações obtidas fornece a contribuição da floresta na emissão dos gases. Até o momento, o Noaa era responsável pelas análises semanais das amostras, que eram enviadas para os EUA. A dificuldade no envio influenciou a doação do laboratório.

“Após o término do projeto, o laboratório continuará aqui para darmos prosseguimento aos estudos de gases de efeito estufa no Brasil”; Luciana explicou que pretende estender a cobertura e formar uma rede de áreas analisadas. O Pantanal seria outro ecossistema interessante de ser estudado, uma vez que, por ser alagado durante um período do ano, libera grandes quantidades de gás metano para a atmosfera.

No dia 12 de abril, o pesquisador Andrew Crotwell chega ao Brasil para ajudar Luciana a colocar o laboratório em operação. A cerimônia de inauguração está prevista para o fim do mês.

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