ISSN 2359-5191

13/04/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 18 - Meio Ambiente - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Anel hidroviário poderá reduzir trânsito, emissões e lixo
Estudo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP propõe soluções a velhos problemas da metrópole

São Paulo (AUN - USP) - Um projeto audacioso foi apresentado e discutido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP no final de março. Trata-se do Hidroanel Metropolitano, um circuito hidroviário que circundaria toda a região metropolitana de São Paulo, pelos rios Pinheiros, Tietê, e pelas represas Billings, Guarapiranga e Taiaçupeba. Com extensão de 170 quilômetros, ele traria uma série de benefícios para a capital, como a melhora no trânsito, maior controle de enchentes e a diminuição da emissão de poluentes.

O projeto é trabalho do Grupo de Pesquisa em Projeto de Arquitetura de Infraestruturas Urbanas Fluviais, também conhecido por Grupo Metrópole Fluvial (GMF), composto por 30 pessoas, entre professores, arquitetos, alunos da graduação e da pós-graduação da FAU. Coordenado pelo professor do Departamento de Projeto, Alexandre Delijaicov, o Hidroanel tem, segundo ele, plenas condições de ser realizado. ?A previsão é que a obra seja concluída até 2042, mas, com boa vontade política, esse tempo pode ser menor?, afirma Alexandre.

O Projeto
O governo do Estado de São Paulo abriu, em 2009, uma licitação para o estudo de pré-viabilidade do Hidroanel, que foi vencida por uma empresa de Brasília, a Petcon. O resultado, entretanto, foi considerado insuficiente e foi recomendado que a empresa buscasse uma consultoria na FAU, para que fossem articulados ao projeto os aspectos arquitetônicos e urbanísticos.

Para os coordenadores do estudo, São Paulo é tão cercada por águas que pode se comparar a uma ilha, fato que facilita muito a realização da obra. O hidroanel, desse modo, já estaria basicamente concluído, havendo a necessidade de construir apenas 17 quilômetros de canais artificiais de navegação. Além disso, a obra conta com a construção de 20 eclusas e vários portos com diferentes funcionalidades.

A questão fundamental do projeto é o transporte de cargas públicas. Carga pública é um conceito desenvolvido pelo GMF e diz respeito à mobilidade de cinco tipos de elementos: sedimento de dragagens, lodo (originário das Estações de Tratamento de Água e Esgotos), lixo, entulho e terra. O transporte dessas cargas é feito por rodovias, mesmo as que são retiradas de dentro dos rios. Os diferentes tipos de portos propostos permitirão que esses resíduos sólidos sejam triados e transformados ainda em vias fluviais, dando destino adequado e reciclando a quase totalidade deles. Mesmo assim, o hidroanel transportará passageiros e cargas comerciais, como insumos para a construção civil e hortifrutigranjeiros, diminuindo o fluxo de caminhões pelas ruas.

O projeto ainda prevê que, a longo prazo, a quantidade de lixo nos aterros será reduzida drasticamente, com os detritos sendo transportados para indústrias de tratamento nas margens dos rios, o que também poderá diminuir a quantidade de enchentes. Além disso, há a possibilidade de viabilizar uma intensa integração dos rios com a cidade, fato que não se vê nos dias de hoje.

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