São Paulo (AUN - USP) - A identificação das regiões com qualidade de água inferior e a diminuição de intervenções que acarretem em mais problemas ambientais são contribuições que a pesquisa de Marcelo Martins Pompeo oferecerá. O pesquisador do departamento de Ecologia do Instituto de Biociências está iniciando estudos sobre as condições da água na represa e a produtividade primária (desenvolvimento de algas, plantas e fitoplanctôns) nesse ecossistema.

O relatório previsto para o final de 2005 poderá servir de subsídio para órgãos responsáveis pela gestão da bacia hidrográfica, como Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Dessa forma corroborará para a manutenção desse complexo como maior área de manancial da região metropolitana de São Paulo e sede de atividades balneárias. Para entender melhor a situação desse ambiente aquático, Pompeo dedica-se a estudar o entorno da represa através do histórico e da realidade sócio-política dela.

A Billings foi construída em 1927 para fornecer água para a hidrelétrica Henri-Borden em Cubatão. A partir da década de 40, recebeu águas do rio Tietê através da reversão do curso do rio Pinheiros com a criação da Usina Elevatória de Traição. Esse bombeamento contaminou parte dela e foi proibido em 1989. Desde então, é permitido só em risco de inundações e em caso de demanda da usina.

Hoje, um dos maiores problemas desse manancial são as ocupações irregulares. Além de não disporem de saneamento básico, impedem o retorno natural da água aos reservatórios. O desmatamento não possibilita a retenção de água pelos vegetais. Se não chove o suficiente nas regiões de cabeceira, o nível da represa baixa muito, já que a quantidade de água que sai é bem maior do que a que entra.

Essa Bacia possui múltiplos aproveitamentos. Além do abastecimento público e fornecimento de água para a Henri-Borden, é utilizada como balneário. A Cetesb há muitos anos faz amostragem de rotina nessa área. Membros de tal órgão irão a campo com Pompeo para estudos incomuns à instituição, como a determinação da produtividade fitoplanctônica no reservatório. Nesse caso, a Cetesb ajudará também na análise dos dados coletados.

As amostras de água serão retiradas de cinco pontos no Rio Grande, quatro no Rio Pequeno e três no Rio Das Pedras, integrantes do complexo Billings. Haverá a verificação da variação da concentração de um determinado elemento químico em pontos distintos da represa relacionando-os com os graus de ocupação em volta dela. Análises dos sedimentos dos rios também serão feitas. O estudo recebe financiamento da Fapesp.