São Paulo (AUN - USP) - A entrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FO/USP) está sendo modificada. Com previsão de término para a segunda quinzena de julho, a nova fachada contará com um elevador que vai ligar a antiga passarela de entrada com o piso inferior, além da sua ampliação. A obra faz parte do Projeto de Acessibilidade da FO, que visa aprimorar os espaços físicos da unidade, de forma a adequar a estrutura arquitetônica para o amplo acesso e locomoção de pessoas.
Em dezembro do ano passado, foi finalizada a construção de uma passarela com toldo de cobertura que liga a entrada da Faculdade aos prédios de atendimento a pacientes e ao prédio central. O professor Rodney Garcia, diretor da FO, acredita que esse é, atualmente, o maior projeto de acessibilidade da Universidade.
O empreendimento é voltado aos portadores de necessidades especiais que ali circulam e, também, a outros usuários da Faculdade. Garcia explica que há a preocupação em melhorar tanto o acesso interno quanto o externo, sendo que o primeiro engloba fatores para a circulação dentro do prédio (como sistemas de proteção em escadas e rotas de fuga) e o segundo diz respeito aos fatores de locomoção entre prédios (como as duas passarelas de acesso). “Não importa qual é o tipo de acesso”, afirma o diretor ao ressaltar a importância e a necessidade das reformas para uma movimentação adequada das cerca de 2 a 3 mil pessoas que circulam na Faculdade diariamente, segundo ele.
O projeto passou pelo processo comum a todos os planos de reformas ou construções nas unidades da USP. O primeiro órgão central para o qual o projeto foi concebido é a Superintendência do Espaço Físico (SEF). A partir da análise da viabilidade do projeto, esse órgão autoriza a elaboração de um Projeto Executivo detalhado. Um edital desse projeto é enviado à Procuradoria Geral, que dá seu parecer. Por fim, o edital é publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo e inicia-se a fase de licitações.
Apesar de o processo de aprovação da obra não ter fugido aos padrões da Universidade, o Projeto de Acessibilidade da FO contou com uma facilidade decisiva para a sua realização. Isso porque a Faculdade não ficou diretamente dependente dos órgãos centrais da Universidade quanto à composição do projeto. Embora tenha contado com o suporte financeiro da Reitoria e passado pela aprovação e análise dos órgãos internos, a elaboração foi feita inteiramente por um arquiteto da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia (Fundecto), que presta apoio à Faculdade. Foi esse profissional quem idealizou todo o projeto, baseado no que diz a lei com relação à acessibilidade. O diretor explica que a Faculdade não pode contratar arquitetos e engenheiros próprios, e que, portanto, a contratação desse profissional pela Fundação “otimizou” o processo. “Se não tivéssemos isso, teríamos que depender do SEF”. Garcia relata que a infraestrutura do órgão “não tem recursos humanos para atender a cada unidade [da Universidade]”.
Além do suporte desse profissional para a constituição do projeto, alguns outros fatores impulsionaram a iniciativa: a crescente demanda da lei acerca da acessibilidade e as necessidades da própria Faculdade. Quanto ao último, Garcia ressalta que “os prédios não eram condizentes” com a realidade diária da FO: tanto a Clínica Odontológica quanto o Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (Cape) atendem a um grande número de pessoas com necessidades especiais. Para o diretor, a Faculdade não está fazendo “nada além do que cumprir o que manda a lei”.