ISSN 2359-5191

27/04/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 22 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Ciclones pouco estudados são foco de nova pesquisa
Pesquisadora chama atenção para a necessidade de mais estudos na área

São Paulo (AUN - USP) - O estudo de nosso clima e seu funcionamento acaba de ganhar novo impulso com a publicação da tese Ciclones Subtropicais Sobre o Atlântico Sul: Análise da Estrutura Dinâmica de Eventos, de Lívia Dutra. Pouco estudados, esses fenômenos meteorológicos exercem forte influência sobre o clima das regiões em que ocorrem.

Relativamente raros, ciclones subtropicais são uma espécie de sistemas intermediários entre duas outras categorias de agitações atmosféricas, os ciclones tropicais e os extratropicais e, podem, inclusive, converter-se em extratropicais. Esses são caracterizados por um núcleo mais frio que o ar em volta e por serem assimétricos, enquanto os primeiros são caracterizados pelo oposto. Os fenômenos estudados nessa pesquisa exibem características de ambos, com centro quente apenas em seus níveis mais baixos e apresentam, também, uma área mais ampla de ventos intensos. Esses ventos não os tornam mais perigosos que os furacões (variante dos ciclones tropicais), por exemplo, cujos ventos mais fortes se localizam na base, mais próxima da superfície terrestre e, portanto, de nós.

Ainda assim, esses fenômenos meteorológicos permanecem pouco compreendidos. Especialmente os que apresentam baixa pressão central. Lívia chama atenção para a necessidade de mais estudos desses ciclones. “Apesar de não adquirirem valores tão baixos de pressão, eles produziram ventos muito intensos e ocasionaram bastante chuva”, afirma. “É importante ficar ligado nesse tipo de sistema porque os seus efeitos podem ser significativos.” Segundo a pesquisadora, esse tipo de agitação afeta ainda as atividades portuárias, já que seus ventos influenciam a intensidade da agitação marítima.

Outra descoberta da pesquisa foi a alta influência dos fluxos de calor entre o mar e a atmosfera, chamados “termos diabáticos”, no aquecimento desses ciclones em baixas altitudes. Essa mesma tendência se inverte durante a conversão do ciclone em extratropical, com esses fluxos passando a contribuir para o resfriamento do sistema.

A tese é uma introdução a um campo ainda pouco explorado. “O estudo dos ciclones subtropicais no Atlântico Sul não é tão comum”, aponta Lívia. "Seria interessante investigar mais casos, ter uma base de dados mais ampla”.

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