ISSN 2359-5191

27/04/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 22 - Sociedade - Instituto de Psicologia
Conferência discute a perspectiva do poder na psicanálise lacaniana

São Paulo (AUN - USP) - No último dia 18, Sidi Askoufaré, psicanalista e professor de psicologia da Université de Toulouse II – Le Mirail, proferiu uma conferência intitulada Da autoridade do médico ao reino dos experts: uma análise psicanalítica da ciência e dos poderes , no Auditório Carolina Bori, no bloco G do Instituto de Psicologia da USP. O evento foi organizado pelo Laboratório de Psicanálise Jacques Lacan. O professor esteve presente no Brasil para participar da banca da defesa de tese de Doutoramento em Psicologia Social e Clínica de Marcelo Amorim Checcia, de nome Sobre a política na obra e na clínica de Jacques Lacan .Sua conferência tratou da mesma temática para seguir e amplificar o debate sobre a perspectiva de poder na psicanálise, particularmente aquela que segue a linha teórica de Jacques Lacan (1901-1981).

Segundo o professor, o poder como tema sempre interessou mais aos filósofos, tendo sido colocado em segundo plano pelos psicanalistas, por terem eles reduzido o poder à política e essa à luta pelo poder e sua manutenção, o que seria um erro, pelo fato da questão também lhes ser de bastante importância. Lacan, no entanto, deu significativas contribuições a essa discussão. Askoufaré afirmou que a concepção que Lacan começou a esboçar é estrutural, deduzindo o poder do campo da linguagem e do discurso, em contraposição à outra, “dinâmica”, que deriva da força e que terminaria por reduzi-lo apenas a apenas uma relação de forças. Essa concepção estaria presente nas obras dos filósofos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Nietzsche (1844-1900).

O professor também fez uma distinção entre política e essa primeira ideia de poder. A política trata dos fins de uma prática e de um discurso. Já o poder é entendido como uma faculdade de produzir efeitos, como função de produzir obediência, de incitar ou suscitar alguma coisa, diferente da dialética de dominação e servidão que caracteriza a outra concepção. Nesse sentido, o exercício do poder passa a ser uma questão central para a psicanálise: sem ele, os sujeitos e objetos são abandonados a seu curso natural, obedecendo apenas às leis da necessidade. Para que isso não aconteça, esse exercício se dá toda vez em que há uma relação com uma instância que pode levar alguém a fazer algo que, se fosse por si mesmo, talvez não o tivesse feito, provocando efeitos que não são naturais e necessários.

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