São Paulo (AUN - USP) -Pesquisadores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) estão desenvolvendo um estudo que promete lançar as bases teóricas do que, um dia, poderá tornar a geração de energia elétrica com fontes nucleares algo mais barato e eficiente.
Liderada pelo engenheiro Michelangelo Durazzo, a equipe do Centro de Combustíveis Nucleares identificou a razão pela qual pastilhas de dióxido de urânio com maior período de vida útil tornavam-se excessivamente porosas e reduziam sua eficiência energética.
Antes, o caroço (centro) de uma vareta que produz calor em reatores nucleares não conseguia gerar potência por mais de 12 meses. Agora, já existe conhecimento tecnológico suficiente para elevar seu período de funcionamento em 18 meses, atingindo, assim, uma validade de dois anos.
Entretanto, aumentar sua durabilidade significa, também, aumentar sua reatividade, e, para controlar esse incremento de energia, especialistas adicionavam óxido de gadolínio, um veneno queimável, à composição.
“O que nós fizemos foi descobrir que, aumentando a vida útil do caroço de urânio, perdia-se sua eficiência”, explica Durazzo. Isso porque “é o óxido de gadolínio que elevava a durabilidade da vareta e, ao mesmo tempo, tornava suas pastilhas porosas, reduzindo sua eficiência”.
Agora, o próximo passo é encontrar uma forma de compatibilizar o aumento da vida útil das varetas que alimentam reatores nucleares com um incremento em sua eficiência. Questionado sobre os possíveis benefícios sociais que seu estudo poderá trazer, Durazzo é claro: “no longo prazo, daqui a, mais ou menos, 40 anos, podemos pensar em um barateamento do fornecimento de energia elétrica gerada a partir de fontes nucleares”.