São Paulo (AUN - USP) - Em dezembro de 2011 foi oficializado o lançamento do Curso de Especialização em Promoção do Desenvolvimento Infantil da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE/USP), coordenado pelas professoras Anna Maria Chiesa e Maria De La Ó Ramallo Veríssimo. Promovido pelo Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva, o curso é patrocinado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com a mediação da Fundação Faculdade de Medicina, que recebeu o financiamento.
Esse curso é inovador porque vai além do enfoque clínico que os profissionais da saúde já têm em seus cursos. Segundo Anna, “saúde não é só a ausência de doenças, é também trabalhar com potenciais que ajudam a manter toda a dimensão saudável”. Ele foi pensado para formar gestores da promoção do desenvolvimento infantil de maneira mais ampla, instrumentalizando profissionais para atuarem no fortalecimento das políticas públicas municipais com essa finalidade. O foco é a primeira infância, ou seja, mulheres grávidas e crianças de até três anos.
Em geral, quando se pensa em criança, é quando ela já está na escola. No entanto, as evidências de pesquisas científicas apontam que a fase intrauterina e os primeiros anos da infância precisam ser trabalhados para a criança se sair bem na escola e desenvolver seus potenciais por meio do estímulo pelo diálogo, demonstrações de afeto e da construção de uma rotina com limites para a criança. No Brasil essa área ainda é negligenciada, falta uma estrutura social para ajudar as famílias a darem conta dessa tarefa.
Os alunos deste primeiro ano, que teve início em setembro de 2011 e terminará em julho de 2012, foram indicados pela Fundação. Eles vêm de diferentes cidades do estado de São Paulo e tem formação em várias áreas, o que colabora para criar uma visão multidisciplinar das questões ligadas ao desenvolvimento infantil. As aulas são ministradas quinzenalmente, às sextas, das 9 às 19 horas, e sábados, das 9 às 14 horas. Os assuntos estudados são divididos em nove módulos temáticos. Ao final do ano de estudos, cada aluno produzirá uma monografia na forma de um projeto de intervenção social. Esses projetos são a grande expectativa, pois sua qualidade mostrará se o objetivo do curso foi atingido ou não.
De acordo com Anna Maria, existem duas propostas para o curso no ano de 2013. Primeiro, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aprovou a ideia e mostrou interesse em patrocinar um segundo curso para funcionários indicados do âmbito da própria secretaria. A segunda proposta é fazer uma parceria com o Centro Universitário de Votuporanga (Unifev), com a estratégia de levar os docentes para a cidade e formar profissionais na região para que eles possam reproduzir os cursos, e assim gerar a disseminação.