São Paulo (AUN - USP) - Governança da Ordem Ambiental Internacional e Inclusão Social, da editora Annablume, foi publicado recentemente, reunindo artigos e textos de diversos acadêmicos relacionados ao Grupo de Pesquisas em Ciências Ambientais, ligado ao Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP). A principal discussão que o livro aborda também será tema da Rio + 20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
O livro foi organizado por Wagner Costa Ribeiro, professor titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e coordenador do Grupo de Pesquisas em Ciências Ambientais. Os textos da obra focam temas como governança e impasses da ordem ambiental internacional, o papel da economia verde na inclusão social, na saúde, nos estudos climáticos e de recursos hídricos, entre outros.
“O livro não representa a posição da USP quanto aos assuntos, apesar disso”, afirma Ribeiro. “O objetivo é expor as análises de pesquisadores convidados, refletindo sobre questões sociais, como inclusão, saúde e economia, através do desenvolvimento sustentável.” Ele exemplifica com as pesquisas mais focadas na ação dos catadores de lixo e material reciclável.
Algumas dessas questões estão muito em voga atualmente, com a realização da Rio + 20. “A conferência, porém, não tem a mesma abrangência temática do livro”, diz o acadêmico. “A Rio + 20 prioriza a discussão sobre governança ambiental e inclusão social da economia verde, enquanto o livro possui textos sobre recursos hídricos, questões energéticas e mudanças climáticas, por exemplo.”
A restrição de assuntos tratados na conferência é um acerto, na opinião de Ribeiro. “Não é necessário incluir outros temas, pois desviaria o enfoque de um debate que faça avançar a cooperação internacional para um desenvolvimento sustentável”. Ele explica que, com a recente crise econômica, esse projeto acabou sendo preterido. “Muitos países não conseguiram cumprir as metas estabelecidas na conferência anterior, em 1992.”
O professor espera que a Rio + 20 acelere o processo de comprometimento político com a economia verde. “É uma questão que anda muito devagar no Brasil. Há, por exemplo, um conselho nacional que não é formado por todos os estados, determinação dos anos 90 ainda não atualizada”, afirma.