São Paulo (AUN - USP) - A Cátedra Unesco de Educação para Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância passa por um processo de reformulação de suas atividades, segundo Sérgio Adorno, coordenador da iniciativa acadêmica e pesquisador da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).
Ligada ao Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, a cátedra promove seminários, palestras e congressos, mas, ultimamente, tem privilegiado uma reestruturação de sua atuação. “Por ser relacionada à Universidade, supõe-se que deveria haver uma prioridade em sediar pesquisas”, diz Adorno. “Mas é complicado, pois a Unesco não tem recursos para bancar acadêmicos residentes e ainda temos de disputar as verbas com outras unidades da USP.”
De acordo com o professor, a reestruturação é necessária por duas razões: inventar uma nova forma de divulgar as discussões e manter a cátedra permanentemente atualizada com o tema. “Os debates são muito dinâmicos”, explica. “Por exemplo, hoje, com a questão ambiental, discute-se direitos dos animais, o que era impensável na época da Revolução Francesa, que priorizava os direitos do homem: branco, masculino, ocidental.”
Entre as estratégias para reformular a cátedra, Adorno inclui a divulgação via internet, em plataformas como Facebook, Twitter e outras mídias sociais. “O problema é ainda a questão dos recursos. Seria necessário pagar alguém para realizar esse serviço”, diz. “Gostaria também de aproveitar o espaço físico da Universidade, talvez em programas semanais na TV USP ou Rádio USP, mas é um projeto que vai ter de esperar bastante ainda.”
Os novos projetos refletem a tendência atual da cátedra de não sediar pesquisas, como na intenção original, mas de apoiar e fomentar a repercussão de eventos e debates relacionados ao tema de direitos humanos. “Mas não queremos nos limitar a organizadores de palestras e aulas”, diz o professor. “A cátedra promoveu visitas a outras unidades da USP, como à Faculdade de Saúde Pública, um projeto muito interessante, apesar das restrições impostas pela nossa estrutura física.”