ISSN 2359-5191

30/05/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 34 - Sociedade - Instituto de Relações Internacionais
Brasil se vê cada vez mais como parte da América Latina

São Paulo (AUN - USP) - O País se vê cada vez mais como parte da América Latina. É isso que concluiu a pesquisa O Brasil as Américas e o mundo , estudo feito pelo Cide (Centro de Investigação e Docência Econômica). A instituição mexicana faz pesquisas com resultados bienais sobre a visão de política externa da população. “O Brasil começa a se enxergar como parte da América Latina e se você olhar de maneira comparada os outros países também nos reconhecemcomo uma liderança”, explica Janina Onuki, professora do IRI( Instituto de Relações Internacionais), entidade parceira do Cide para realizar a pesquisa no Brasil.

A pesquisa descobriu, também, que a opinião pública é próxima do que o governo define como política externa, voltada principalmente pela relação sul-sul, os países em desenvolvimento e a atuação em instituições multilaterais. A visão geral dos entrevistados é que o Brasil ganhou visibilidade nos últimos anos, o que teve um impacto sobre a projeção internacional do País. “Acho que é essa visão do Brasil como um ator global se dá não só pela mudança do sistema internacional e as mudanças internacionais dos últimos anos, mas, principalmente, por uma mudança da política externa brasileira, o que se reflete na percepção que as pessoas têm sobre as ações que do Brasil”, diz a professora. Nesse contexto surgimos como um país com capacidade de atuação independente dos Estados Unidos, apesar do país não deixar nossa lista de prioridades.

Nos últimos anos a política externa também começou a aparecer nos debates eleitorais, mesmo que ainda sem a visibilidade que outros temas de políticas públicas. “De alguma forma, os temas de política externa já permeiam os temas de discussões domésticas”, explica Janina. “A questão do meio ambiente com a Rio +20 e outros temas internacionais que tem um impacto direto no âmbito doméstico, passam a ser discutidos no legislativo, pela sociedade, pela mídia, isso aproxima muito a população de temas internacionais”, completa. Uma maior familiaridade do público com o assunto e consequentemente uma pressão maior sobre o Executivo para lidar com os temas mais próximos da sociedade pode tornar o processo decisório mais sensível à opinião pública.

No entanto, hoje, esse ainda é concentrado no Executivo, sendo a influência da opinião pública considerável especialmente nos momentos eleitorais. O que Janina justifica por nosso sistema político ser muito complexo, havendo divergências interministeriais e conflitos internos e burocráticos. Mas ela completa “ Acho que os políticos começam cada vez mais a se preocupar, porque são temas já do cotidiano. Eles começam a se preparar mais para enfrentar os temas, para se posicionar, até porque alguns temas geram muita polêmica.”

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