ISSN 2359-5191

14/06/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 43 - Meio Ambiente - Escola Politécnica
Reciclagem retém gastos e gera renda

São Paulo (AUN - USP) - Investir em reciclagem, coleta seletiva e em todo e qualquer processo que faça parte da indústria sustentável dos resíduos até tem um custo alto. No entanto, o presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Ibrades), Sabetai Calderoni, defende que a redução de custos por meio dessa indústria pode dar ao Brasil uma economia de aproximadamente R$ 20 bilhões por ano e, assim, acabar sendo mais interessante até por esse viés econômico.

Só a cidade de São Paulo gera 13 mil toneladas de lixo por dia, reciclando somente 1,5% desse total. A solução que Sabetai Calderoni propõe é a instalação de centrais de reciclagem que, na cidade, atenderiam cerca de 220 mil habitantes cada, totalizando em torno de 50 unidades. Como exemplo, ele citou, em seminário realizado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), dia 5 de junho, a Holanda que tem 97% de aproveitamento de tudo o que eles descartam e que serve de matéria-prima.

A produção industrial a partir da sucata, segundo Sabetai, reduz em 95% o gasto de energia, fora a economia no consumo de água, diminuição da poluição do ar, entre muitos outros fatores. É necessário, de acordo com o especialista, que toda a ação seja feita por meio de uma parceria público-privada, para ficar menos custosa. A atividade envolveria Prefeitura, população e cooperativas. A ideia principal é investir nas centrais de reciclagem: em vez de pagar para os aterros, paga-se para as centrais. É possível, ainda, reduzir o custo do transporte e diminuir a poluição instalando as centrais em diversos pontos da cidade.

Sabetai Calderoni também propôs outras soluções, como centrais de gaseificação, biodigestores e máquinas de reciclagem de resíduos da construção civil. O grande vilão em resíduos, segundo o especialista, é o entulho e, para driblá-lo, o ideal é que tudo comece com a coleta seletiva que pode custar o mesmo preço da coleta normal. "Uma tonelada de lixo misturado vale o mesmo do que uma tonelada de lixo separado", explicou. E com essas soluções, os rejeitos poderiam ser reutilizados pelos governos em projetos habitacionais, pavimentação, obras de drenagem urbana, entre outros. “Sustentabilidade não encarece, sustentabilidade valoriza”, afirmou, enfatizando ainda que fora a economia que se faz, pode-se também, ao final, ganhar dinheiro com a venda de produtos reciclados.

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