ISSN 2359-5191

16/06/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 45 - Economia e Política - Instituto de Estudos Avançados
Pesquisa da USP redefine índices de competitividade entre desenvolvimento de países

São Paulo (AUN - USP) - Um estudo realizado pelo Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) pretende publicar, até o final de 2012, um novo índice para analisar a competitividade e desenvolvimento entre vários países. O projeto e o grupo de estudos do IEA são coordenados por Mário Sérgio Salerno, que conta com apoio de pesquisadores estadunidenses para desenvolver os novos índices.

Segundo Salerno, a pesquisa foi desenvolvida por causa da má qualidade dos estudos anteriores. “O Fórum Econômico Mundial fez uma relação que é muito ruim, comparando vários países.” Ele afirma que o trabalho realizado pelo fórum não envolvia relações com crescimento, nem renda per capita, gerando dados pouco confiáveis.

Depois do Fórum Econômico Mundial, o Compete (Council on Competitiviness), localizado nos Estados Unidos, realizou um estudo, que, de acordo com Salerno,foi mal conduzido. “Pegue-se o exemplo do Brasil nessa comparação”, ele diz. “Os pesquisadores vieram aqui num período em que uma greve estendeu-se por muito tempo e acabou atrapalhando a burocracia para a abertura de negócios no Brasil.” Os dados colhidos nesse intervalo de tempo foram a base para uma projeção do estudo que se afirmava como um padrão geral e cotidiano.

A pesquisa posterior, realizada por professores sul-coreanos, não foi muito melhor sucedida. “Foi feito um megamodelo, o sistema era bastante robusto, mas os problemas continuavam”, diz Salerno. “Mais da metade das variáveis do estudo se baseava em opiniões, que acabam tornando a pesquisa tendenciosa.”

Ele exemplifica dizendo que, em países com um sistema político mais fechado, as pessoas tendem a falar bem do seu governo, seja por pressão, seja por vontade própria. Em países com sistema político mais aberto, com uma maior recepção a críticas, as reclamações influem na pesquisa, descendo o índice do país em questão.

“Os estadunidenses estão dando um forte apoio ao nosso projeto, pois lá a igualdade social tem diminuído muito, então há muito interesse”, afirma Salerno. A pesquisa pretende tornar a comparação mais dinâmica, incluindo, além dos dados oficias sobre o desenvolvimento, as tendências de cada país. “Nessas comparações, Noruega, Finlândia estão sempre no topo, por serem estáveis. Queremos mostrar quem está subindo, quem está descendo, e o quão veloz é esse movimento.”

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