São Paulo (AUN - USP) - O Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo uma pesquisa em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre plataformas tecnológicas demonstrativas aeronáuticas, com previsão para ser publicada até o fim de 2012.

Plataformas tecnológicas demonstrativas aeronáuticas são todos os estudos feitos pelas empresas antes de lançar algum novo avião. São projetos de pilotos de prova, fuselagem, aerodinâmica e diversos outros elementos da engenharia aeronáutica que precisam ser analisados antes de qualquer teste, devido à rigorosa regulamentação dos produtos. “E ainda bem que é assim, né?”, ri Mário Sérgio Salerno, coordenador do Observatório de Inovação e Competitividade e pesquisador do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica.

A parceria entre USP e UFMG pretende comparar formas de financiamento das pesquisas pré-competitivas, mais voltadas aos aspectos tecnológicos. Ao analisar as bases em que as empresas brasileiras e internacionais usam para desenvolver os produtos aeronáuticos, o estudo pretende comparar as plataformas de países que vão desde os Estados Unidos, Japão até Canadá, além de diversos modelos europeus.

“Pretendemos ver quais são os arranjos das empresas financeiramente, suas participações”, explica Salerno. O estudo não é meramente um exercício de análise, porém. “Junto a todos esses dados e comentários, a parceria vai redigir uma proposta de organização para diversos setores aqui no Brasil, tanto o das empresas, quanto o dos órgãos governamentais responsáveis por fomentar esse desenvolvimento.”

Por enquanto, a principal interessada nos resultados da pesquisa é a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). “Realizamos vários estudos junto à ABDI, um dos principais em 2007, que inclusive teve apoio do Itamaraty, pois envolvia pesquisas fora do País. Então é natural a aproximação da agência nesse momento de finalização do projeto com a UFMG”, afirma Salerno. “É bem provável também que a Petrobras utilize alguns dados e propostas desenvolvidos pelo estudo.”