São Paulo (AUN - USP) - Maria Aparecida Koike Folgueira, professora da Faculdade de Medicina da USP (FM), apresentou as descobertas feitas nas últimas décadas na área do câncer de mama para a comunidade da Faculdade no dia 13 de junho. A palestra, intitulada “Genômica funcional em câncer de mama”, faz parte de um ciclo de seminários clínicos organizados pelos Laboratórios de Investigação Médica (LIMs) do Hospital das Clínicas, onde são realizadas grande parte das pesquisas da FM, inclusive as da professora. Unindo as pesquisas realizadas por esta ao panorama geral dos estudos da área, a apresentação teve como foco principal os avanços quanto ao sequenciamento do genoma do câncer de mama e efeito de hormônios no desenvolvimento da enfermidade.
Tal sequenciamento é extremamente importante para atingir uma medicina mais humanizada e individualizada, em que se identifique com precisão que pacientes necessitam de tratamento e como fazê-lo. As pesquisas contribuem nesse aspecto uma vez que, ao expor alguns genes e mutações do tumor, se determina com mais facilidade indivíduos com predisposição ao desenvolvimento da doença ou que possuam maior ou menor chance de reincidência do tumor após a quimioterapia. Os primeiros experimentos internacionais nesse âmbito iniciaram-se em 2002 e ainda estão em desenvolvimento, sendo que o sequenciamento de tumores completos só foi feito muito recentemente.
Além dos avanços no sequenciamento, a professora apresentou dados de pesquisas relativas aos efeitos hormonais no câncer de mama. Novamente mesclando seus resultados com os da área em geral, Maria Aparecida deu menos atenção ao estrógeno, cujas repercussões na doença são mais conhecidas e estudadas, dando prioridade aos estudos relacionados ao hormônio por ela pesquisado, a vitamina D. Segundo as pesquisas apresentadas, níveis altos desta ajudariam a controlar o desenvolvimento do câncer e a preveni-lo. No entanto, ainda não há consenso nem certeza absoluta quanto o assunto.
Embora os resultados sejam incertos e sua aplicação distante, a persistência nas pesquisas relacionadas ao câncer de mama são de grande importância, uma vez que a incidência da doença é grande, chegando a uma em cada oito mulheres nos Estados Unidos. Além disso, a mortalidade continua alta, apesar dos avanços no tratamento. Assim, as novas pesquisas na área tem o papel de apresentar contínuas alternativas para superar tal desafio e chegar a uma medicina humanizada, diminuindo a incidência do câncer de mama, a mortalidade em decorrência deste e as falhas e impactos do tratamento.