São Paulo (AUN - USP) - Atualmente quase 90% das granjas comerciais de suínos trabalham com sêmen refrigerado até três dias. Pesquisas desenvolvidas pelo professor do Departamento de Reprodução Animal (VRA) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), André Furugen César de Andrade, buscam analisar se o processo de congelamento permite que o sêmen descongelado possa ser comercializado. “Para suínos ainda não é comercial a parte de congelamento do sêmen. A idéia é tornar essa prática comercializável no futuro”, ressalta Andrade.
A granja onde os experimentos são realizados, que fica em Pirassununga, possui três cachaços (machos não castrados utilizados para reprodução) e 60 matrizes (fêmeas férteis utilizadas para reprodução). No entanto, há potencial para abrigar seis cachaços e 80 matrizes no local. Granjas comerciais podem ter mil, 5 mil ou até 10 mil matrizes.
Um processo fundamental para os grandes produtores de suínos, e que também é alvo de pesquisas, é a inseminação artificial. Nele, o sêmen dos machos é recolhido e diluído em produtos específicos, levando à produção de até 30 doses de esperma com uma única ejaculação. Esse mecanismo permite a utilização de um cachaço para até 200 matrizes; enquanto que sem ele a proporção seria de um macho para até 20 fêmeas.
Análise da qualidade do sêmen
O processo utilizado para a verificação da qualidade do sêmen e contagem das células de espermatozoides é a citometria de fluxo. Nele, o produto a ser analisado é colocado em uma máquina que analisa quantidade e a qualidade das células. Sondas fluorescentes mostram a avaliação dos diversos compartimentos dos espermatozoides (membrana plasmática, acrossomal e mitocôndria) e avaliam possíveis lesões.
A máquina que realiza a citometria de fluxo custou US$350 mil e foi comprada em 2006 pelo programa Multiusuários da Fapesp, no qual pesquisadores em conjunto pedem a compra de determinado equipamento de alto custo.
Entre as iniciativas da linha de pesquisa também estão experimentos com aditivos e vitaminas nutricionais para análise posterior do sêmen e da prole que se originará. Os estudos são financiados substancialmente pela iniciativa privada e pela Fapesp.