São Paulo (AUN - USP) - Érica Castanheira, pesquisadora da Universidade de Coimbra, realiza parceria com pesquisadores ligados à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) para avaliar a produção de biodiesel na Europa. Em seminário recente na Poli, a pesquisadora falou sobre o uso do biocombustível no continente e sobre a produção de biodiesel de óleo de soja em Portugal.

Devido à nova diretriz estabelecida pela União Europeia na promoção do uso de energia proveniente de fontes renováveis de energia – antes a meta era de uso dessa fonte de pelo menos 10% até 2020, agora os critérios de sustentabilidade para biocombustíveis –, a produção de biodiesel não deve ser indiscriminadamente incentivada.

Na palestra, a pesquisadora disse que “o crescimento acelerado da demanda de bioenergia tem sido acompanhado por uma crescente preocupação com os impactos ambientais, econômicos e sociais, como o desmatamento, as emissões de gases de efeito estufa, a concorrência relacionada com os alimentos, e os conflitos de terra.” É exatamente nesse sentido que sua pesquisa segue. Ela avalia, por exemplo, a emissão de gases de efeito estufa durante todo o processo de produção (passando por processamento, cultivo e transporte).

A maior parte da produção europeia, e também portuguesa, de biocombustível é feita por meio do óleo de grãos. O biodiesel produzido em Portugal apresenta redução nos gases de efeito estufa e demonstra a sustentabilidade exigida. A importância de sua pesquisa e do uso do biocombustível na Europa é expresso, para ela, pela necessidade que vem sido criada em usar fontes renováveis. “Acho que os sistemas de bioenergia vão aumentar e desenvolver no futuro, mas, nos próximos anos, nós temos que trabalhar para estabelecer uma metodologia coerente e consistente para avaliar e garantir a sua sustentabilidade e reduzir a incerteza dos cálculos do ciclo de vida.”