ISSN 2359-5191

04/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 60 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Jardim de Chuva, primeiro do País, melhoraria enchentes e qualidade da água drenada

São Paulo (AUN - USP) - Um canteiro de biorretenção, ou seja, de drenagem das águas da chuva através do uso de plantas e jardins é a tese que será apresentada pelo doutorando Newton Becker, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU). O projeto consiste em um chamado “jardim de chuva”, canteiro que recebe águas pluviais que, ao escoarem por seu percurso, têm reduzida sua velocidade de chegada aos rios, além de diminuírem drasticamente os níveis de partículas e impurezas com que atingirão aos leitos fluviais.

Essa melhora na qualidade da água é a parte mais importante do projeto, segundo Newton. De acordo com o pesquisador, boa parte da poluição dos rios é originada da poluição difusa que não está diretamente relacionada com o depósito de esgoto nos leitos fluviais, mas sim, com as impurezas que a água incorpora na atmosfera e no solo, antes de chegar aos rios. Dados da pesquisa apontam melhoras surpreendentes nos níveis de metais pesados e de matéria orgânica da água que atravessa o “Jardim de Chuva”. Com isso, a eutrofização, fenômeno do crescimento exagerado de algas e consequente morte dos rios, pode ser amenizado.

O experimento encontra-se localizado na própria Cidade Universitária, nas imediações da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da Escola Politécnica. Foram construídos dois tanques impermeáveis aterrados com cascalhos de duas espessuras diferentes e terra. Sobre eles, foram dispostos dois canteiros, um com vegetações arbustivas e outro com gramíneas. Um mecanismo capta a água da chuva que vem das sarjetas e leva até os jardins. Após drenada, uma canalização carrega a água até a parte mais baixa do projeto, tanques chamados vertedouros. O processo é todo monitorado, para que dados relativos à entrada e vazão de água sejam coletados. Além disso, são retiradas amostras em quatro pontos do percurso, para estabelecer comparações entre o nível de poluentes que entram e saem do experimento.

“Testar um elemento que possa tratar a poluição difusa aliado ao paisagismo” é a importância da pesquisa para o doutorando. Ainda, segundo ele, essas medidas de controle de qualidade de água drenada de chuva já são implementadas em outros lugares do mundo, como Portland e Seattle. “Os países desenvolvidos, que já resolveram seus problemas de saneamento básico, agora se preocupam com a poluição difusa. No Brasil ainda estamos um pouco longe disso, mas estamos testando um aparato que será necessário em breve”, diz Newton.

A pesquisa é interdisciplinar e interdepartamental, tendo sido desenvolvida entre a parceria da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da Escola Politécnica e do LabVERDE, da FAU. Segundo o próprio Newton, “seria impossível a realização do experimento sem as técnicas de construção civil, hidráulica e as análises laboratoriais da água promovidas pelos laboratórios da Poli.

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