ISSN 2359-5191

07/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 63 - Educação - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Debate questiona grade curricular da FAU e lembra iniciativas pedagógicas do passado

 

São Paulo (AUN - USP) - Para Nabil Bonduki, a grade curricular dos estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, onde é professor, deveria ser menos carregada de matérias obrigatórias e proporcionar mais tempo livre aos estudantes. “Os alunos deveriam optar mais, para se formarem de acordo com seus interesses”, afirma o docente.

 

O debate A formação do arquiteto enquanto agente político da cidade foi uma tentativa de resgatar a experiência do que foi o Laboratório de Habitação (LabHab) do Centro Universitário Belas Artes, no início da década de 80 e relacionar com a conjuntura atual do ensino de arquitetura. O contexto político da época, de redemocratização e surgimento do PT, aliado ao material humano que lá se encontrava, provocou transformações radicais no modo de se ver a arquitetura no Brasil. Até então, a produção de habitações sociais com qualidade arquitetônica era impensada, porque os Conjuntos Habitacionais (Cohabs) eram entendidos como propagandas políticas do governo, e sua construção e integração com a cidade eram idealizadas apenas por engenheiros. As moradias populares não eram vistas como um campo de atuação dos arquitetos.

 

A criação do LabHab foi, portanto, uma ponte de integração da Faculdade com as comunidades que urgiam por auxílio para moradias. Ao mesmo tempo em que prestava assessoria técnica para necessitados, o laboratório proporcionava grande aprendizado prático para seus integrantes. E esse conhecimento aplicado é ausente na FAU hoje, segundo parte de seus alunos, que afirmam estarem se formando “arquitetos de pranchetas”.

 

O debate contou ainda com professores da FAU que estudaram ou participaram desse laboratório na época, como Alexandre Delijaicov. Apesar de não ter integrado o LabHab, ele lembra que o espaço era extremamente cativante, pois como atraía muitos estudantes, criava um espaço de debate muito positivo para a formação do aluno.

 

“Passávamos tardes inteiras lá”, lembra a arquiteta Martha Genta, que também participou do evento. E esse foi outro ponto de comentário dos debatedores: o engajamento político e social do laboratório era possível pois o regime do curso era de meio período, sendo opcional a entrada em laboratórios. Como a grade curricular da FAU é integral, os alunos têm dificuldade em participar de projetos de pesquisa e extensão. Na opinião de Nabil, além da redução da carga horária, uma alternativa seria dotar essas iniciativas de créditos.

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