São Paulo (AUN - USP) - Foi comprovada a eficiência de um instrumento alternativo à régua milimétrica, que é utilizada hoje na identificação de portadores do microorganismo causador da tuberculose. A conclusão foi tirada a partir de uma Tese de Doutorado apresentada recentemente na Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP).
Para detectar indivíduos contaminados pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, o Ministério da Saúde recomenda que seja utilizadaa técnica intradérmica de Mantoux. O teste é realizado da seguinte maneira: injeta-se na pele do paciente uma proteína, a tuberculina PPD RT 23, que provoca um endurecimento na região em que foi aplicada; entre 48 e 72 horas, mede-se essa região endurecida e se compara o resultado com uma tabela que define se o resultado é ou não positivo. A presença da bactéria não implica, necessariamente, no desenvolvimento da tuberculose.
Atualmente, a medição é realizada com o uso de uma régua milimétrica. “Para seu uso, é necessário treinamento rigoroso, o que tem contribuído para a diminuição de leitores do teste tuberculínico na rotina dos serviços de saúde”, afima Flávia Aparecida de Moraes França, autora do estudo. A pesquisa realizada por Flávia compara a eficiência da leitura efetuada com régua e com o paquímetro, instrumento utilizado em vários outros países.
Os resultados obtidos pela pesquisadora comprovam a eficiência do segundo: a média da concordância entre os instrumentos foi de 95,5% e a discordância, de apenas 4,5%.“Poderemos ter a opção de utilizar o paquímetro, porque ele não requer um treinamento tão rigoroso para seu uso [como a régua milimetrada]”, conclui Flávia.
Apesar da conclusão a que chegou, a pesquisadora alerta que esses resultados não são suficientes para determinar a substituição das réguas. “A decisão sobre qual instrumento utilizar necessita da avaliação de outros fatores, como a experiência, conhecimento e habilidade do leitor em um dos instrumentos em particular; disponibilidade do instrumento e custos”, explica.