ISSN 2359-5191

14/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 70 - Saúde - Instituto de Psicologia
Palestra trata de problemas de comunicação e o autismo

São Paulo (AUN - USP) - A palestra sobre o tema Aplicação da análise comportamental da linguagem no tratamento de crianças autistas foi recentemente apresentada pelo professor Caio Miguel, da California State University, de Sacramento, no Auditório Carolina Bori, no Bloco G do Instituto de Psicologia.

O professor iniciou sua exposição explicando que a definição do diagnóstico de autismo envolve o déficit de comunicação e que parte do diagnóstico envolve a deficiência de linguagem. As crianças com autismo apresentam comportamentos problema graças a essa dificuldade, que vão se tornando piores com o tempo,porque elas tentam se comunicar por outras vias que não a da linguagem. A partir do momento em que adquirem repertório comunicativo e conseguem utilizá-lo, esses comportamentos vão desaparecendo.

Caio esclareceu que o que se entende por linguagem na análise comportamental é diferente de outras áreas do saber. Ela é entendida como um comportamento que envolve a presença de um falante, a pessoa que se comunica, mas não necessariamente pela fala, e pelo ouvinte, que recebe a comunicação. Assim, é um comportamento passível de ser analisado como qualquer outro, embora com suas especificidades.

A análise que se empreende com a linguagem é a de tipo funcional: o que o indivíduo diz é menos importante do que os motivos que o levam a fazê-lo e a comunicação ocorre porque ela produz algum efeito sobre o ambiente. Por exemplo, enunciar que se está com sede pode levar o indivíduo a ir buscar por ele mesmo um copo de água para saciá-la, ou fazer com que uma segunda pessoa faça isso por ele. Nesse segundo caso, estamos falando de um comportamento social, no qual o ouvinte tem que ter uma reação condicionada (ouvir que alguém está com sede e ir, por consequência, buscar água) para haver comunicação. O comportamento, assim, é mantido pelas consequências que ele acarreta.

Como exemplos de como isso está relacionado e pode ajudar no tratamento de crianças com autismo, o professor mencionou que existe uma correlação entre a fala dos pais e as consequências positivas que isso pode acarretar, tanto em crianças típicas como em autistas. Pais mais comunicativos fazem que as crianças tenham um repertório verbal mais extenso, podendo assim se comunicar melhor pela via da linguagem. Ainda, o professor ressaltou que os comportamentos problema das crianças autistas ocorrem por razões sociais, como essa falta de comunicação, e que quanto mais velhas elas forem sem receber tratamento, pior eles serão.

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