ISSN 2359-5191

14/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 70 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Nanocarregadores ajudam na aplicação e desempenho de medicamentos
Cadeias poliméricas encapsulam droga e só a liberam em tecido pré-determinado

São Paulo (AUN - USP) - Debora Braga Vieira apresentou recentemente no Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB) os mais recentes resultados de seu pós-doutorado sobre a ação de nanopartículas como carreadores de quimioterápicos a ser finalizado neste ano. A palestra ocorreu no dia 21 de junho no Instituto. No estudo, realizado no biotério do Instituto, Debora testou o desenvolvimento de minúsculas cadeias proteicas para carregar um quimioterápico usado no combate ao câncer.

A pesquisadora trabalha com o conceito de drug delivery, referente ao desenvolvimento de mecanismos para direcionar o trajeto de certo medicamento no organismo de modo a que este só penetre de fato o tecido sobre o qual deve agir. Para tanto, em laboratório, se cria uma cápsula ao redor da droga com lipídios à qual se acopla uma cadeia polimérica que carregará o fármaco pelo sistema sanguíneo. Para garantir que o medicamento seja liberado no tecido-alvo, são aplicados anticorpos e outras moléculas, que ao serem detectadas pelos receptores na membrana deste, fazem com que ele intercepte o carregador e libere a droga. Esse modelo de carregador microscópico existe desde 1995 e permite localizar e monitorar o medicamento no corpo por mais tempo.

No seu trabalho, Debora utiliza as cadeias poliméricas para carregar a cisplatina, um quimioterápico usado na redução de tumores desde 1978 e que, no caso de cânceres localizados, como o de testículo, pode levar à cura total caso detectado no início. Porém, sua utilização é limitada pela resistência adquirida por outras células e por efeitos colaterais provenientes do contato com outras células que não as do tumor. Assim, a cisplatina torna-se uma droga perfeita para ser aplicada via nanocarregador, pois este a direciona ao tecido alvo, protegendo-a e evitando o contato desta com outras células.

A pesquisa de Debora ainda não está finalizada, porém nos testes realizados com camundongos até agora, aqueles que tiveram a droga inserida via nanocarregador sobreviveram por mais tempo que aqueles que tiveram a droga circulando livremente pelo sistema sanguíneo. Em outras palavras, tais camundongos tardaram mais a morrer pelos efeitos da cisplatina. No entanto, deve-se observar que estes morreram mesmo assim, uma vez que o modelo de carregador não foi desenvolvido totalmente de modo a evitar algumas complicações, a exemplo de reações internas ao tecido que eventualmente direcionam a droga novamente ao sistema sanguíneo.

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