São Paulo (AUN - USP) - Apesar de possuírem conhecimentos sobre as vantagens da amamentação, leite materno e cuidados com a mama, profissionais da Equipe de Saúde da Família desconhecem a técnica adequada de amamentação e os direitos trabalhistas das mães que amamentam. A pesquisadora Mahmi Fujimori fez essa constatação após realizar levantamento em dois municípios da região sudoeste de Mato Grosso do Sul.
A pesquisa foi realizada por meio de questionários aplicados aos profissionais de saúde – médicos, enfermeiros e agentes comunitários – e a mães de bebês menores de 6 meses de idade nos municípios de Mirassol D’Oeste e São José dos Quatro Marcos. O objetivo do levantamento era investigar o nível de conhecimento dos profissionais e suas práticas em relação à promoção do aleitamento materno, importante ferramenta na diminuição dos índices de mortalidade infantil.
Os resultados da pesquisa mostram que médicos, enfermeiros e agentes comunitários tiveram desempenho médio inferior a 50% nas questões relativas a técnica correta de amamentação e direitos trabalhistas das mães que amamentam. A pesquisadora também conclui que “faltam tanto a profissionais de nível superior quanto a agentes comunitários de saúde conhecimentos sólidos em aleitamento materno para promover a amamentação e fornecer o apoio adequado às mães lactantes nas unidades de saúde”.
Para reverter o quadro, Mahmi defende que mais investimentos sejam direcionados a programas que tratem da formação de pessoal. O dinheiro seria utilizado para criação de estrutura física, fornecimento de materiais educativos e capacitação das equipes para que seja melhor aproveitado o seu potencial de contribuição para melhoria dos índices de aleitamento materno nas áreas estudadas.
“Orientar as mães para amamentação ainda representa um grande desafio para os profissionais de saúde”, afirma a pesquisadora.