ISSN 2359-5191

17/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 73 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Mão-de-obra mais cara deve abrir caminho para a inseminação artificial em galinhas, afirma pesquisador da Veterinária

São Paulo (AUN - USP) - O Brasil é o terceiro maior produtor e o maior exportador mundial de frango. A ascensão desse mercado é devida a fatores econômicos, está com um preço mais acessível à população, e de eficiência produtiva, enquanto é necessário de 7 a 8 quilos de carne bovina e de 3 a 4 quilos de carne suína para a obtenção de 1 quilo de carne para consumo. No caso das aves, 1,2 quilos de carne do animal são convertidas em 1 quilo de carne para consumo humano. E esse mercado ainda tem grande perspectiva de crescimento.

Segundo o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Ricardo José Garcia Pereira, um galo cobre naturalmente dez fêmeas. Já com a utilização da inseminação artificial, esse número aumenta para 40 fêmeas. No entanto, o custo da tecnologia e do material para o processo ainda é muito oneroso. Então, os grandes produtores ainda optam pela reprodução de forma natural nas granjas.

Mas esse quadro pode mudar. “A inseminação artificial ainda é um importante caminho a ser explorado. Com a mão-de-obra ficando cada vez mais cara, ela deve tornar-se um processo mais viável economicamente”, analisa Pereira.

A inseminação artificial já é utilizada em 100% dos perus comercializados no mundo. Para esse animal é um processo mais vantajoso, uma vez que o macho atinge o dobro de peso da fêmea, machucando-a durante o processo natural de reprodução.

Aumento da produção
Apesar da inseminação não ser um processo largamente utilizado (apenas 10% dos frangos comercializados no mundo), a produção de frangos e ovos aumentou verticalmente nas últimas décadas em todo o mundo e também no Brasil. Entre os motivos dessa elevação estão os melhoramentos genético, nutricional e sanitário.

Atualmente, galinhas de postura, utilizadas apenas para a produção de ovos são melhoradas geneticamente para não crescerem muito, chegando a produzir até 330 ovos por ano (quase um por dia). Já as galinhas de corte são melhoradas geneticamente para terem um crescimento acelerado. O abate do frango é realizado quando ele atinge entre um quilo e meio e dois quilos. Há 30 anos, demorava 70 dias para que o animal atingisse essa massa. Hoje, em 40 dias o frango já está sendo abatido nessa mesma faixa de massa.

Em 2000, o consumo de quilo de carne de frango por habitante em um ano era de 29,91 quilos. Em 2010, esse número já girava em torno de 44,09 quilos. No entanto, apesar do crescimento na produção e no consumo, ainda é um mercado com alto potencial. E, como destacou o professor Ricardo Pereira, a inseminação pode ser um caminho viável em um futuro não muito distante.

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