São Paulo (AUN - USP) - A produtividade e o rendimento da pecuária brasileira são baixos atualmente. O rebanho brasileiro conta atualmente com 200 milhões de animais. Desses, 70 milhões são fêmeas em idade reprodutiva. Destas, 45 milhões reproduzem. Então, 25 milhões de fêmeas não produzem carne e leite. Nesse panorama a inseminação artificial é a ferramenta mais eficiente no melhoramento genético e na eficiência reprodutiva do rebanho, elevando a qualidade.
No entanto, apenas 10% das vacas brasileiras são inseminadas artificialmente. Entre os motivos estão a grande dificuldade operacional para a realização do processo e acertar o momento ideal para a inseminação.
Nessa perspectiva estão inseridas pesquisas dirigidas pelo professor titular da Veterinária do Departamento de Reprodução Animal (VRA), Pietro Sampaio Baruselli, sobre a técnica intitulada Inseminação Artificial em Tempo Físico (IATF). Ela consiste em uma técnica de reprodução assistida, na qual é programada a reprodução das fêmeas. A ovulação das vacas é induzida por meio da reposição de hormônios do próprio animal. Assim, é possível emprenhar as vacas no momento ideal, com vários animais ovulando em um dia só, aumentando a eficiência produtiva.
Aumento dos investimentos
Devido ao fato de haver muitos animais e baixa eficiência produtiva no rebanho brasileiro, caracterizando-se um mercado muito grande e atrativo, o setor da reprodução como um todo tem o maior índice de investimento privado. “Com esse aumento nos investimentos no setor (de reprodução) a tendência é uma melhora considerável na eficiência reprodutiva do nosso rebanho e na produção de carne e leite nos próximos anos”, explica Pietro.
Congelamento do sêmen
Ao contrário dos suínos, onde o congelamento do sêmen ainda não é uma prática comercial, nos bovinos desde 1940 ela é empregada com alta produtividade e eficiência pelas empresas. Ela aumenta a disponibilidade de material reprodutivo e é importante ainda para uma melhor escolha para o momento ideal da reprodução.