ISSN 2359-5191

18/07/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 74 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Medir o metabolismo pode aperfeiçoar o treinamento de judô

São Paulo (AUN - USP) - Conhecer o funcionamento das vias energéticas do corpo durante a realização de exercícios pode aprimorar o treinamento de atletas e melhorar a sua forma física. Por isso pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP) se preocuparam em medir a contribuição das vias energéticas durante a prática do judô.

Mas monitorar um atleta enquanto ele pratica esportes de contato, como as lutas marciais ou os esportes coletivos, é mais complicado do que monitorar uma corrida ou uma caminhada, exercícios facilmente reproduzidos em laboratório. A preocupação dos pesquisadores da EEFE era deixar o ambiente o mais próximo o possível do real. O monitoramento foi feito por meio de um aparelho portátil, o que possibilitou aos atletas realizar os movimentos mais livremente.

“Acho que o nosso mérito é que nos esforçamos para conduzir a pesquisa em um ambiente um pouco mais aberto, sem tanto controle. É sempre um desafio tentar levar o laboratório para uma situação mais complexa do judô”, explica Emerson Franchini, professor da EEFE e coordenador do projeto.

Eles fizeram uma estimativa das três principais vias de energia em diferentes tarefas no judô. Essas três vias diferem na quantidade de energia que podem fornecer e no tempo pelo qual podem funcionar. O sistema de fosfagênios (encontrados em quantidade pequena no interior da musculatura) consegue produzir grande quantidade de energia muito rapidamente, mas funciona por um pequeno período de tempo. A via glicolitica (pela degradação de carboidratos) fornece energia de forma mais lenta, mas pode ser utilizada por um tempo maior do que o sistema de fosfagênios. Já a via oxidativa (que depende do oxigênio) é a que pode ser utilizada por mais tempo, mas também é a que fornece energia de forma mais lenta.

A via oxidativa é a predominante em atividades em que se precisa de mais resistência, como uma maratona, por exemplo: o atleta precisa de grande quantidade de energia, mas essa energia deve ser distribuída por um longo período de tempo, de forma mais lenta. No judô, analisando-se a duração total da luta, a via oxidativa é predominante. “O atleta fica oscilando entre ações em que predomina o sistema de fosfagênios, ações que dependem da via glicolitica e ações dependentes da via oxidativa”, explica Franchini. Entretanto o sistema de fosfagênios é o mais importante, pois os movimentos decisivos, que resultam em pontuação para o atleta, são os de impulso e grande intensidade, rápidos e curtos.

Segundo Franchini, o conhecimento das vias energéticas em cada movimento do judô melhora pode deixar o treinamento mais específico e direcionado para as necessidades do atleta: “A partir do momento que compreendo melhor como é a transferência de energia para uma determinada atividade, consigo tornar o estímulo de treino mais específico, o atleta tem a possibilidade de melhorar naquilo que é mais importante para ele. Você pode criar uma atividade no treinamento que vai estimular exatamente as vias que o atleta precisa”.

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