São Paulo (AUN - USP) - O diretor-superintendente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Bruno Caetano, esteve na Universidade de São Paulo (USP) para falar sobre as oportunidades de negócios geradas pela realização da Copa do Mundo de 2014 na cidade de São Paulo. Sua palestra fez parte do workshop Gestão do futebol e a Copa do Mundo, organizado pelo GEPAE (Grupo de Estudos e Pesquisa em Gestão do Esporte).
O evento, que contou com a presença de outros dois palestrantes - René Simões, diretor técnico do São Paulo Futebol Clube, e Marcelo Rezende, da Secretaria Especial de Articulação da Copa 2014 em São Paulo –, foi realizado no auditório da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE).
O Sebrae trabalha em favor da pequena empresa no Brasil, oferecendo cursos, consultoria e melhorando o ambiente para o desenvolvimento de empresas, esse realizado junto aos governos para melhorar a legislação e diminuir a burocracia. Para Caetano, o País tem que aproveitar a Copa para que sejam feitos negócios duradouros e para que as empresas melhorem a sua capacidade de gestão, sua cultura empresarial, ficando esse aprendizado em gestão como legado para o microempreendedor brasileiro.
“A pior maneira de encararmos a Copa do Mundo, do ponto de vista empresarial, é como se ela fosse um evento que ocorre durante um mês, em julho de 2014. A Copa do Mundo não é isso: é um evento de longa duração, que já começou, tem sua fase pré-evento, durante o evento e a sua fase pós-evento, cada uma com desafios e oportunidades próprias”, explica Caetano.
Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os setores empresariais em que as oportunidades serão maiores com a Copa do Mundo são: turismo, produção associada ao turismo (artesanato, por exemplo), madeira e móveis, têxtil e vestuário, agronegócio, serviços, tecnologia da informação, comércio varejista e construção civil. Para a indústria de turismo, por exemplo, o impacto da Copa do Mundo em São Paulo seria o mesmo de realizar no mesmo mês três Grande Prêmios do Brasil de Fórmula 1 e duas Paradas do Orgulho Gay (os dois maiores eventos que a cidade recebe.
Segundo Caetano, para que as oportunidades da Copa sejam aproveitadas e deixem um legado para nosso país, as empresas têm que ir além do mero investimento e apostar em inovação, sustentabilidade, aumento de competitividade e em aperfeiçoar a gestão empresarial. Caetano deu destaque para a inovação, ponto no qual as microempresas brasileiras costumam pecar. “Os nossos empresários imaginam que inovação é algo para o Bill Gates, para o Steve Jobs, é algo longe da rotina daquela empresa. Quando na verdade inovação deve ser praticada no dia a dia.” Ele ressalta que inovação pode custar muito pouco ou até mesmo nada, o empresário só precisa se inventivo para melhorar seu produto, o processo produtivo e acessar novos mercados.