São Paulo (AUN - USP) - O hospital de equinos, localizado na Faculdade de medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP tem toda a estrutura para fazer a avaliação clínica e de performance de um cavalo de nível olímpico. “Aqui medimos a capacidade pulmonar e a pressão arterial durante o exercício. Além disso, fazemos também uma biópsia muscular, avaliando o número de vasos e o tipo de fibra de cada cavalo”, explica Maurício Miriam, pós-graduando que coordena um projeto, que estuda a evolução de alguns cavalos que praticam atividades físicas, junto com o professor titular da veterinária, Wilson Roberto Fernandes.
Sobre os Jogos olímpicos de 2016 no Rio de janeiro, ainda não tem nenhuma confirmação, mesmo porque a competição está muito distante. Mas, como destaca Maurício, “a ideia é deixar toda nossa estrutura á disposição dos participantes para que seus cavalos possam ser avaliados antes, durante e após as competições”.
Os cavalos são treinados nas esteiras do hospital. O projeto é acompanhar por um ano e meio a evolução do treinamento. Alguns animais que vieram de Botucatu treinarão, além da parte aeróbica, a parte anaeróbica (ganho de peso). “Vamos ver como o animal responde ao treino aeróbico e anaeróbico conjuntos”, resume Maurício.
Diferença entre cavalos
Com relação à competição, a principal diferença dos cavalos está no tipo de fibras. Cavalos com fibras do tipo lentas (tipo I) são melhores em provas longas, de até 60 quilômetros. Já os com fibras do tipo rápidas (tipo II) são melhores em provas de explosão e tiro curto, de até 20 segundos. Cavalos árabes possuem mais fibras do tipo I, já o quarto de milha possui mais fibras do tipo II.
A alimentação também é diferenciada, dependendo da atividade física que o animal vai exercer: intensidade do exercício, fase do treinamento e qual o suplemento que ele irá ingerir.
Os cavalos de corrida não realizam inseminação artificial enquanto competem devido ao ritmo intenso de treinamento. Já os cavalos de outras modalidades, como, por exemplo, salto, não precisam parar de competir para reproduzir. Quando acaba a vida competitiva dos equinos corredores, entre os 4 e 6 anos de idade, eles são encaminhados para reprodução. Esse processo é muito aplicado em cavalos campeões, uma vez que muitas qualidades genéticas são transmitidas a seus descendentes.