São Paulo (AUN - USP) - O últimoMAC encontra os artistas deste semestre recebeu a artista mineira Rosândela Rennó, que expôs alguns de seus trabalhos relacionados à fotografia para a platéia composta na maioria por estudantes do primeiro ano de Artes Pláticas da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Explica que há anos vem se dedicando na coleção de instrumentos de visualização. Disse que costuma se questionar a maneira de enxergar, mais do que o próprio ato. Dessa forma, desenvolveu um interesse em estudar aparelhos que aumentam a percepção de enxergar.

Primeiro, apresentou seu último trabalho que realizou com projeções em 2011. As fotos de Rio-Montevidéu vieram do acervo de 60 mil fotos tiradas pelo fotógrado Aurelio González, do jornal comunista El Popular, e foram enterradas antes do golpe no Uruguai. Depois de 33 anos, as fotos foram encontradas e Rosângela foi convidada a criar a exposição. A artista encomendou a Internacional, hino comunista, em toque de caixinha de música, que tocou durante os dias da exposição. Rosângela disse que não se fixou em apenas imagens de teor político, mas também no retrato de pessoas que encontrou no acervo.

O segundo trabalho que destaca foi Menos-Valia [Leilão], exposto na Bienal de São Paulo em 2010. Nele, a artista pegou os objetos relacionados à fotografia e que não tinham mais valor no mercado. Ficaram três meses valorizando e depois foram leiloados. O valor de cada peça era seu valor original. Algumas peças que custaram R$150 para Rosângela, no leilão foram vendidas por R$ 42 mil. A artista disse que se surpreendeu com o resultado do leilão e sentiu muito prazer em realizar tal projeto, uma vez que além de instigar a perversão, pôde montar peças que tivessem a sua cara. Além disso, ficou surpresa com o fato dos colecionadores caírem na proposta do leilão. Irá lançar um livro sobre a exposição com ensaios e todo o histórico dos objetos.

Depois, mostrou a exposição Carrazeda + Cariri que é uma homenagem aos fotopintores do Cariri, região metropolitana do Ceará, que retrataram os “solteirões” de Carrazeda em Portugal.

No final, ainda mostrou a primeira exposição que fez com câmeras fotográficas analógicas. Convidou fotógrafos para tirar fotos do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e com as fotografias criou a exposição. O colecionador adquiria a foto e a câmera. O MAC encontra os artistas voltará no segundo semestre. A programação será divulgada no site do Museu: http://www.mac.usp.br/mac/.